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Em Israel, Biden atribui ataque a hospital em Gaza a 'outra equipe'

Do UOL, em São Paulo

18/10/2023 06h48Atualizada em 18/10/2023 09h55

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, insinuou que o ataque que teria deixado quase 500 mortos num hospital da Faixa de Gaza foi feita por um grupo terrorista, não Israel.

O que aconteceu:

Joe Biden disse hoje ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que o ataque a um hospital em Gaza "parece que foi feito pela outra equipe". Ele foi a Tel Aviv para se encontrar com o premiê israelense.

Na noite de ontem, o hospital Al-Ahly Arab foi bombardeado. O Hamas apontou Israel como responsável pelo ataque e chamou o ato de "genocídio". O país, por sua vez, acusou a Jihad Islâmica, que também negou envolvimento.

Estou profundamente triste e indignado com a explosão ontem no hospital em Gaza. E com base no que vi, parece que foi feito pela outra equipe, e não por você.
Presidente dos EUA, Joe Biden

Biden acrescentou que "há muitas pessoas que não têm certeza" da inocência de Israel. O hospital Al-Ahly Arab estava na lista de evacuações ordenadas por Israel —um ato criticado pela ONU.

A declaração de Biden mostra o alinhamento dos EUA com Israel. "À medida que Israel responde a estes ataques, temos que continuar a garantir que vocês têm o que é preciso para se defender. E vamos garantir que isso ocorra".

Hamas acusa Israel pelo ataque

O Hamas e a Autoridade Palestina acusaram Israel de serem autores do ataque. O Hospital Al-Ahly Arab está no centro da cidade de Gaza e tinha, além de pacientes e profissionais de saúde, diversas pessoas deslocadas dentro de Gaza, que procuraram o local como um ponto seguro.

A maioria das vítimas é composta por mulheres e crianças, afirmou o Ministério da Saúde. O governo que administra a Faixa de Gaza atribuiu o ataque a Israel e chamou o ato de "crime de guerra", segundo nota obtida pela CNN Internacional.

O hospital era um dos 20 no norte da Faixa de Gaza que estavam recebendo ordens de evacuação dos militares israelenses. A ordem de evacuação foi impossível de ser cumprida devido à insegurança atual, à condição crítica de muitos pacientes e à falta de ambulâncias, equipe, capacidade de leitos do sistema de saúde e abrigo alternativo para os deslocados.
Trecho da nota da OMS

Atacar deliberadamente hospitais é considerado um crime de guerra, segundo o Estatuto de Roma. "Conduzir intencionalmente ataques contra edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade, monumentos históricos, hospitais e locais onde os doentes e feridos são recolhidos, desde que não sejam objetivos militares", diz o Artigo 8 do Estatuto.

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