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Irã, Coreia do Norte, produção artesanal: como as armas chegam ao Hamas?

Para Hamas está claro: 'Dinheiro é a espinha dorsal da jihad' Imagem: Abed Rahim Khatib/APA Images/ZUMA Press/picture alliance

Colaboração para o UOL

24/10/2023 04h00Atualizada em 24/10/2023 07h48

Desde 2007, a Faixa de Gaza é controlada pelo grupo extremista Hamas. O grupo é considerado terrorista por Israel e outras potências ocidentais. Por causa disso, Israel e Egito adotaram um bloqueio a Gaza. Ou seja, só entram e saem pessoas e produtos com a autorização dos dois países. Entre os itens que não podem entrar no enclave, estão as armas.

Contudo, no recente ataque terrorista do Hamas a Israel, um poderoso material bélico foi usado. E a suspeita dos especialistas é que as armas cheguem a Gaza de forma clandestina, vindos de países como Irã e até Coreia do Norte.

Segundo a AFP, há a suspeita de que parte do armamento usado no ataque do dia 7 de outubro seja da Coreia do Norte.

Os militantes do Hamas usaram uma granada propelida por um foguete F-7, que conhecida por estar entre os armamentos do exército da Coreia do Norte.

A granada é disparada do ombro do atirador e tem como objetivo acertar veículos blindados.

Outras armas, como o míssil antitanque Bulsae e o rifle automático tipo 58 também foram mostrados pelo Hamas, como forma de exibir o arsenal que o grupo possui.

Esses armamentos são usados pelo exército da Coreia do Norte.

Equipamentos chegam de forma clandestina

A Faixa de Gaza é cortada por túneis subterrâneos, que seriam o trajeto para os armamentos entrarem de forma clandestina no enclave. Também há registros de violação ao bloqueio marítimo no Mar Mediterrâneo.

Outra suspeita é que o Irã ajude com conhecimento e armamento.

"O Hamas adquire suas armas através de contrabando ou construção local, e recebe algum apoio militar do Irã", diz o World Factbook da CIA, o órgão de Inteligência dos Estados Unidos.

"O Hamas recebeu armas do Irã contrabandeadas para a Faixa [de Gaza] através de túneis. Isso muitas vezes incluía sistemas de armas de longo alcance", afirmou Daniel Byman, pesquisador sênior do Projeto de Ameaças Transnacionais do CSIS (Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais).

Fábrica de armamentos em Gaza

Além da suposta ajuda da Coreia do Norte e do Irã, o Hamas possui fábricas de produção de armamentos dentro da Faixa de Gaza.

"Temos fábricas locais para tudo, para foguetes com alcance de 250 km, para 160 km, 80 km e 10 km. Temos fábricas de morteiros e seus projéteis. Temos fábricas de Kalashnikovs (rifles) e suas balas. Estamos fabricando as balas com permissão dos russos. Estamos construindo isso em Gaza", explicou Ali Baraka, chefe de Relações Nacionais do Hamas no Exterior, em entrevista à rede russa Russia Today.

Além dessas fábricas, o Hamas recicla armamentos usados em batalhas antigas. Desde que assumiu o controle de Gaza, o grupo extremista é atacado por Israel. Portanto, ao longo do território podem ser encontradas granadas e outros armamentos que pertenciam a Israel. Com apoio técnico das Forças Armadas do Irã, o Hamas consegue consertar os equipamentos para reutilizá-los em batalhas.

Armas feitas à mão

Um documentário de 2021 da Al Jazeera mostrou que integrantes do Hamas construíam as armas artesanalmente, usando inclusive armamentos e munições de ataques de Israel para produzir as armas.

O documentário também mostrou que homens do Hamas mergulhavam no Mar Mediterrâneo em busca de bombas não detonadas, inclusive algumas da época da Segunda Guerra Mundial (1939-45).Segundo a BBC, parte desse armamento artesanal foi construído com ajuda de especialistas iranianos.

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