Josias: Itamaraty não acredita que ONU aprovará nova resolução
A diplomacia brasileira está pessimista quanto às chances de aprovação de uma nova resolução humanitária para o conflito entre Israel e o Hamas. A apuração é do colunista do UOL Josias de Souza.
O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta segunda (30) para analisar a proposta.
O que soube é que a diplomacia brasileira, diante dessa intensificação dos ataques de Israel, fez muita negociação durante o final de semana para tentar costurar um novo texto de uma resolução de teor humanitário para ser analisada pelo Conselho de Segurança. A despeito de todos esses esforços, nem o Itamaraty e nem a diplomacia brasileira acreditam que o Conselho será capaz de aprovar uma resolução que imponha o mínimo de racionalidade e decência a esse conflito. Josias de Souza, colunista do UOL
Ao UOL News da manhã de hoje (30), Josias fez um balanço positivo do Brasil na presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU. O colunista avaliou a postura do país como "adequada" em seus esforços para chegar a um acordo humanitário e lamentou a intransigência de potências mundiais como EUA, Rússia e China, que acumularam vetos às propostas apresentadas.
Ao drama da destruição, adiciona-se o flagelo da insensibilidade. O mais lamentável é que, diante da destruição, a comunidade internacional não consegue chegar a um acordo nem mesmo para a abertura de frestas de humanidade, que permitam socorrer civis, estrangeiros e pessoas que estão sendo bombardeadas indefesas na Faixa de Gaza. Josias de Souza, colunista do UOL
Análise: Não há chance de paz com Hamas e Netanyahu no poder
Não há qualquer chance de paz na guerra Israel-Hamas enquanto Benjamin Netanyahu e o grupo terrorista estiverem no poder. A avaliação é da doutora em relações internacionais Karina Calandrin, que vê um cenário bem diferente daquele celebrado pelos Acordos de Oslo, com o histórico aperto de mão entre Yitzhak Rabin, então primeiro-ministro israelense, e Yasser Arafat, presidente da OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
Não vejo possível [a paz] com as atuais lideranças. Enquanto o Hamas estiver no poder na Faixa de Gaza e ganhando apoio na Cisjordânia, e Netanyahu estiver no poder em Israel, não consigo vislumbrar a possibilidade de um acordo de paz e uma discussão de dois Estados para dois povos. São necessárias lideranças como aquelas que lideraram as assinaturas dos acordos de Oslo, nos anos 90. Karina Calandrin, doutora em relações internacionais
Tales: Marketing do terror será outro efeito colateral da guerra de Israel
Como se os horrores da guerra Israel-Hamas e os dramas humanitários na região não fossem suficientes, o conflito deve gerar um efeito colateral chocante: o "marketing do terror", com uso e divulgação de imagens de barbárie. A opinião é de Tales Faria, que citou como exemplo o bombardeio de Israel a hospitais na Faixa de Gaza, sob a justificativa de que integrantes do Hamas estariam se escondendo por ali.
Haverá uma guerra de marketing em torno do terror. O governo norte-americano apresentou a vários jornalistas cenas de terror produzidas pelo ataque do Hamas. Pessoas atingidas por bombas na Faixa de Gaza também serão usadas. Outro efeito colateral dessa guerra será esse marketing do terror. É impressionante como vivemos um período triste da humanidade. Tales Faria, colunista do UOL
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