Recém-nascidos em Gaza são retirados de incubadoras após corte de energia
Bebês prematuros do Hospital al-Shifa, maior da Faixa de Gaza, tiveram que ser retirados de incubadoras depois de um corte de eletricidade. O local sofreu seguidos bombardeios de Israel na última semana.
O que aconteceu
Cerca de 30 recém-nascidos estão fora das incubadoras, enrolados em cobertores aquecidos em macas por causa da falta de energia. "Nós estamos lutando para salvar essas vidas, usando métodos primitivos, mas isso é muito insustentável", disse o diretor do hospital Mohammad Abu Salmiya à TV Al Jazeera. Os médicos também têm solicitado combustível para poder manter as operações na unidade de saúde.
Sete bebês prematuros e 27 pacientes da UTI morreram no al-Shifa após o corte de energia, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Outros bebês correm risco de vida pela falta de oxigênio. O diretor Mohammad Abu Salmiya diz que a esperança é que os prematuros possam ser transferidos de unidade em breve.
Mads Gilbert, médico no al-Shifa, contou que uma enfermeira do unidade neonatal foi morta durante o bombardeiro. Segundo ele, além do conflito em torno do hospital, militares israelenses atiraram pelas janelas contra os funcionários.
Os pais dos bebês estavam entre aqueles que foram forçados a sair do norte de Gaza. "Temos uma situação desesperadora: sem oxigênio, sem água, sem comida, e nenhuma segurança para pacientes e funcionários", relatou o médico.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, falou que 2 mil membros do Hamas foram mortos no ataque ao hospital. Ele acusa ainda o grupo extremista de usar hospitais para coordenar ações e esconder comandantes. O médico Mads Gilbert, no entanto, contrariou a informação à Al Jazeera, dizendo nunca ter visto integrantes do Hamas no local.
As forças israelenses chegaram ao portão do principal hospital da Cidade de Gaza nesta segunda-feira (13), o alvo mais importante em sua batalha para assumir o controle da metade norte da Faixa de Gaza.
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