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OPINIÃO

Sakamoto: Se Lula for à Argentina para posse, constrangimento será de Milei

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/11/2023 12h20

A presença de Lula na cerimônia de posse de Javier Milei causaria constrangimento ao novo presidente da Argentina, e não o contrário, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto ao UOL News desta quinta (23).

Acho que Lula não vai, mas ele deveria estar presente. Se alguém se sentir incomodado, esse alguém seria o próprio Milei, que também convidou os opositores ao governo brasileiro. Só que, na verdade, com quem ele terá que negociar no dia a dia se chama Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro está indo junto com um séquito para parasitar a imagem do Milei e surfar em cima desse momento junto ao seu eleitorado.

A presença de Bolsonaro não acrescentará nada ao Milei. Será uma situação muito complicada para o Milei se o Lula for e houver qualquer forma de constrangimento ao presidente do Brasil. Caberia ao Lula agir como o adulto na sala, algo a que tanto Milei como os parasitas brasileiros não estão acostumados. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Para Sakamoto, o governo brasileiro "não deveria esperar" um pedido de desculpas de Milei pelas ofensas feitas a Lula durante a campanha eleitoral. O colunista explicou que quem perde mais com um possível estremecimento nas relações entre os dois países é a Argentina, o que motivaria o novo mandatário a amenizar suas declarações.

Não esperaria um pedido de desculpas e nem cabe ao governo brasileiro cobrá-lo. Cabe cobrar que Milei tenha um comportamento, na representação entre as nações, condizente com o cargo que ele ocupa. O esfriamento de laços com o Brasil neste momento representa uma perda muito maior para a Argentina do que para nosso país. Como parceiro comercial, o Brasil deveria ir. Se gerar constrangimento, será do Milei, e não do Lula. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Aprovação de PEC é retaliação a atos praticados pelo STF, diz Marco Aurélio

O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello considerou que a aprovação da PEC que limita os poderes do Supremo foi uma retaliação a atos praticados pelo órgão. Questionado sobre quais ações do STF poderiam ter motivado a reação do Congresso, Mello citou a conduta de ministros que supervalorizaram suas decisões.

A toda ação corresponde uma reação. Não há a menor dúvida e não somos ingênuos de que a disciplina dessa PEC resulta em uma retaliação a atos praticados pelo Supremo. Eu dizia na bancada: 'toda vez que avançávamos e invadíamos a seara de outro poder, lançávamos um bumerangue que poderia vir à testa do próprio Supremo'. Parece que ele está vindo. Marco Aurélio Mello, ex-ministro do STF

Reale Jr.: PEC que limita STF é jogo de cena para agradar os bolsonaristas

A aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que restringe a atuação do STF (Supremo Tribunal Federal) não passou de uma manobra do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para agradar a bancada bolsonarista. A análise é do jurista Miguel Reale Jr.

É um jogo de cena. O presidente do Senado [Rodrigo Pacheco] precisava contentar os bolsonaristas. É uma emenda para bolsonarista ver, porque ela não tem efeito nenhum. Na verdade, é apenas um jogo político que desmerece o Congresso, pois estabelece um confronto público com o Judiciário. É isso o que aparenta e o que os bolsonaristas querem. Miguel Reale Jr., jurista

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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