Pimenta defende que Lula só fale com Milei após pedido de desculpas

O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Paulo Pimenta, disse que, se fosse o presidente Lula (PT), só conversaria com Javier Milei, eleito na Argentina, depois que este pedisse desculpas pelas ofensas gratuitas.

O que aconteceu

Milei foi eleito ontem (20) após derrotar o governista Sergio Massa, que tinha apoio informal de Lula. Candidato de extrema direita, o economista fez diversas críticas ao presidente brasileiro durante o pleito.

Lula foi um dos primeiros líderes a parabenizar a vitória de Milei pelas redes sociais ontem, mas sem citar o nome do eleito. Ele desejou sorte ao governo e elogiou a democracia na Argentina.

Eu não ligaria, só depois que ele [ligasse] para me pedir desculpas. [Milei] ofendeu de forma gratuita o presidente Lula. Cabe a ele o gesto, como presidente eleito, de ligar para se desculpar. Depois que acontecesse isso, eu pensaria na possibilidade de conversar.
Paulo Pimenta, ministro da Secom

Em entrevista a um jornal peruano no início do mês, Milei disse que não se reuniria com Lula se fosse eleito. "Um comunista", afirmou Milei sobre o presidente. "E um grande corrupto, não?", perguntou o jornalista. "Por isso esteve preso", respondeu Milei.

Ontem Lula adotou um tom republicano. Em postagem nas redes, disse que a democracia e a vontade da maioria dos argentinos devem ser respeitadas e afirmou que o Brasil "sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos".

Lula também teme que Milei prejudique o Mercosul. O eleito é contrário ao bloco de países latino-americanos e chegou a afirmar durante a campanha que sairia do Mercosul, em caso de vitória. Agora, resta saber se ele manterá o posicionamento.

O argentino assumirá a Casa Rosada em 10 de dezembro. Até o momento, Lula não confirmou se irá à cerimônia ou se enviará um representante do governo brasileiro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apoiador de Milei, e outros aliados parabenizaram a vitória. Bolsonaro disse que vai comparecer à cerimônia, "já que Lula não vai". "As coisas ficam mais leves", afirmou.

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