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Petro vê genocídio 'covarde' em Gaza e defende Lula: 'Só disse a verdade'

"Lula só disse a verdade, e a verdade se defende - ou a barbárie nos aniquilará", disse o colombiano Imagem: Leo Queen/Xinhua/Presidência da Colômbia

Do UOL*, em São Paulo

20/02/2024 16h05Atualizada em 20/02/2024 20h18

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse haver um genocídio na Faixa de Gaza e defendeu o presidente Lula (PT), que recentemente comparou os ataques de Israel na região com o Holocausto. Segundo Petro, o brasileiro "só disse a verdade", e a América do Sul deve se unir para acabar com a violência contra palestinos.

O que aconteceu

Presidente da Colômbia prestou solidariedade 'integral' a Lula. Em publicação no X (antigo Twitter), Gustavo Petro disse haver um genocídio em Gaza que mata "covardemente" milhares de crianças, mulheres e idosos. "Lula só disse a verdade, e a verdade se defende — ou a barbárie nos aniquilará", escreveu o colombiano.

Petro defendeu união do continente pelo fim da violência em Gaza. "Toda a região deve se unir para que se acabe imediatamente a violência no território palestino. A sentença da Corte Internacional de Justiça contra Israel deve gerar consequências nas relações diplomáticas de todos os países do mundo", completou, fazendo referência à denúncia feita pelo Brasil em Haia.

Colombiano já comparou os ataques em Gaza ao Holocausto. Em 9 de outubro de 2023, dois dias após os ataques do grupo extremista Hamas a Israel, Petro citou o Holocausto para criticar o cerco total à Faixa de Gaza. "Era isso que os nazistas diziam aos judeus. Os povos democráticos não podem permitir que o nazismo se restabeleça na política internacional", publicou.

Expresso minha solidariedade integral ao presidente Lula, do Brasil. Há um genocídio em Gaza que assassina covardemente milhares de crianças, mulheres e civis idosos. Lula só disse a verdade, e a verdade se defende - ou a barbárie nos aniquilará.
Gustavo Petro, presidente da Colômbia

Outros apoios

Presidente de Cuba também demonstrou apoio a Lula. Miguel Díaz-Canel Bermúdez classificou como "sincera" a denúncia feita pelo petista e definiu os ataques em Gaza como um movimento de "extermínio da população palestina". "Toda nossa solidariedade ao querido irmão Lula, presidente do Brasil, considerado persona non grata [por Israel]", publicou o cubano no X.

Aplaudimos e admiramos sua coragem. Você sempre estará do lado certo da história.
Miguel Díaz-Canel Bermúdez, presidente de Cuba

Lucho Arce, da Bolívia, falou em genocídio e "barbárie". O presidente boliviano também usou as redes sociais para prestar solidariedade e apoio ao "irmão presidente" Lula, criticado por "dizer a verdade sobre o genocídio cometido contra o corajoso povo palestino".

A História não perdoará aqueles que ficarem indiferentes e esta barbárie.
Lucho Arce, presidente da Bolívia

Brasileiro ainda foi exaltado por ex-presidente do Uruguai. Em meio à repercussão sobre a fala do presidente brasileiro, Pepe Mujica publicou no X: "Viva Lula, viva Brasil".

Falas de Lula

Presidente comparou ações de Israel em Gaza com o Holocausto. As declarações foram feitas no domingo (18), durante coletiva, após Lula participar da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia. "O Brasil condenou o Hamas, mas não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo", disse (assista abaixo).

Fala gerou forte reação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O premiê de Israel descreveu os comentários como "vergonhosos e graves", acusando Lula de banalizar o Holocausto e ofender o povo judeu. "Fazer comparações entre Israel, os nazistas e [Adolf] Hitler é cruzar uma linha vermelha", disse Netanyahu em comunicado.

Israel agora considera Lula como 'persona non grata'. O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, disse na segunda-feira (19) que Lula não será bem-vindo até que se retrate pelos comentários feitos sobre a guerra. "Não vamos esquecer, nem perdoar. Trata-se de um grave ataque antissemita", declarou.

O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus.
Lula, em coletiva na Etiópia

(*Com Reuters)

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