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Após mais de 100 mortes, ministro de Israel defende fim de ajuda a Gaza

Itamar Ben Gvir, ministro da Segurança Nacional, em visita ao assentamento judaico de Maalé Adumin, na Cisjordânia Imagem: AHMAD GHARABLI / AFP

Do UOL, em São Paulo

29/02/2024 17h45Atualizada em 29/02/2024 18h31

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, defendeu o fim da ajuda humanitária a Gaza horas após a morte de mais de 100 pessoas durante distribuição de suprimentos.

O que aconteceu

Ministro elogiou ação do Exército israelense. Ben-Gvir disse que militares "agiram de forma excelente contra uma multidão de Gaza que tentou prejudicá-los".

Ben-Gvir chamou de "loucura" a manutenção dos envios de itens básicos a Gaza. Para ele, o apoio à população local também representa um risco aos soldados israelenses.

"Esta é outra razão clara pela qual devemos parar de transferir esta ajuda, que é na verdade uma ajuda para prejudicar os soldados das FDI [Forças de Defesa de Israel] e oxigênio para o Hamas", escreveu no X, antigo Twitter.

Hoje ficou provado que a transferência de ajuda humanitária para Gaza não é apenas uma loucura enquanto os nossos raptados estão detidos na Faixa em condições precárias, mas também põe em perigo os soldados das FDI
Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel

Palestinos foram mortos buscando ajuda humanitária

Vítimas corriam até caminhão de ajuda quando foram atingidas. A informação foi dada por um médico do hospital Al Shifa na manhã desta quinta-feira (29). O caso ocorreu na região oeste da Cidade de Gaza.

Soldados abriram fogo após se sentirem "ameaçados". Apesar da afirmação de fontes israelenses à AFP, os militares negaram a responsabilidade pelas mortes. O Exército afirmou que "dezenas de pessoas morreram" pisoteadas pela multidão.

Vídeo publicado pelas forças de defesa de Israel mostram momento do fato. As imagens publicadas nas redes sociais mostram grupos se aproximando do comboio de ajuda.

A multidão palestina atacou os caminhões e, como resultado, dezenas de pessoas foram mortas devido à superlotação, aglomeração e atropelamento
Exército israelense, em publicação nas redes sociais

Mais de 30 mil mortos

Homem se senta em escombros da casa da família em Rafah, na Faixa de Gaza Imagem: 9.jan.2024-Mohammed Salem/Reuters

Ataques ocorreram no dia em que a guerra deixa mais de 30 mil mortos só na Faixa de Gaza. Cerca de 25 mil dos mortos são crianças e mulheres, segundo comunicado do Pentágono.

Mais de 2 milhões de pessoas em risco de morte por fome. Depois de quase cinco meses de guerra entre Israel e Hamas, a ONU calcula que 2,2 milhões de pessoas correm o risco de morrer de fome na Faixa de Gaza.

A área mais vulnerável é o norte do enclave. Na região, a destruição, os combates e os saques praticamente impossibilitam a entrega de ajuda humanitária.

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