O que se sabe sobre acidente do helicóptero que matou o presidente iraniano

Informações desencontradas. Um oficial citado pela agência Reuters havia afirmado, inicialmente, que as informações sobre o acidente eram "preocupantes". Já a agência de notícias do país disse que dois integrantes da comitiva presidencial teriam feito contato com equipes de resgate, o que indicaria que o incidente não tinha sido grave.

A mesma agência de notícias iraniana também havia informado que a localização exata da aeronave tinha sido identificada. Pouco tempo depois, no entanto, a agência voltou atrás, excluiu a publicação, e reafirmou que a localização do helicóptero ainda era desconhecida.

Região onde aeronave caiu é de difícil acesso. O ministro do Interior, Ahmad Vahidi, disse à televisão estatal iraniana que, devido às difíceis condições climáticas, com muita neblina, pode levar algum tempo para que a equipe de busca e resgate chegue ao local onde pode estar a aeronave.

Quarenta equipes de busca e oito ambulâncias foram enviadas para a região. As equipes trabalham na identificação e no resgate dos destroços da aeronave.

Condições climáticas dificultam resgate. A região onde as buscas são feitas é montanhosa, e o mau tempo dificulta acesso ao local. Em um vídeo publicado no X pela agência de notícias IRNA é possível ver que o trabalho começou à noite e sob chuva. Imagens de horas antes mostram que havia intensa neblina na região. Veja abaixo:

Busca durou mais de 12h. O acidente aconteceu na manhã deste domingo (horário de Brasília). Era tarde de domingo (19) no horário local. A informação foi confirmada pela agência de notícias estatal iraniana às 16h48 do horário local.

Governos ofereceram ajuda para resgate. Arábia Saudita, Turquia, Rússia, Iraque, Armênia, Azerbaijão, Iraque e Catar ofereceram ajuda logística para a operação de busca e resgate.

Drone turco detectou localização dos destroços da aeronave. Segundo a agência iraniana, drones enviados pela Turquia detectaram sinais de calor que apontaram para destroços do helicóptero.

Grupo Crescente Vermelho encontrou helicóptero "sem sinal de sobreviventes". O grupo de ajuda humanitária seguiu a pista apontada pelos drones turcos e localizou os restos da aeronave.

Turquia enviou especialistas e helicóptero com visão noturna. Segundo a rede de notícias Al Jazeera, o país enviou 32 montanhistas de resgate para auxiliar o Irã nas buscas pelo helicóptero do presidente. A agência de notícias estatal turca, Anadolu, publicou vídeos de imagens aéreas das buscas na região de Tabriz. Veja abaixo:

Helicóptero desaparecido gerou apreensão entre autoridades globais. Autoridades da Rússia, Cuba, Paquistão, entre outros, manifestaram preocupação com o desfecho do sumiço da aeronave.

Rússia enviou helicópteros e 50 socorristas. Segundo a agência de notícias iraniana IRNA, um assessor do presidente Vladimir Putin anunciou o envio de dois helicópteros e 50 socorristas especialistas em resgate em montanhas para auxiliar nas buscas pela aeronave.

Quem era Ebrahim Raisi

Considerado um ultraconservador, foi eleito em 18 de junho de 2021, no primeiro turno. As votações foram marcadas por uma abstenção recorde em eleições presidenciais e com a ausência de um opositor forte.

Nascido em novembro de 1960 na cidade sagrada xiita de Mashhad, no nordeste do país. Raisi fez carreira no Judiciário em cargos de procurador-geral entre 2014 e 2016, vice-chefe de Justiça de 2004 a 2014 e promotor e procurador adjunto de Teerã nas décadas de 1980 e 1990.

O iraniano substituiu o moderado Hasan Rohani. A principal conquista de Rohani em seus dois mandatos foi o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências ocidentais. Rouhani ganhou de Raisi nas eleições presidenciais de 2017 e, após dois mandatos consecutivos, não pôde concorrer novamente.

O presidente do Irã participou do chamado "comitê da morte". O grupo de acusação foi responsável por executar milhares de presos políticos no país em 1988. Raisi está na lista de líderes iranianos que Washington sancionou por "cumplicidade" em "graves violações dos direitos humanos", acusações rejeitadas pelas autoridades de Teerã.