Reinaldo: Netanyahu aposta em guerra total ao assassinar palestino no Irã

Reinaldo explicou que a situação é complexa.

É mais grave do que isso. Ele estava lá para a posse do novo presidente do Irã, o Masoud Pezeshkian, que é um moderado. O que Israel quer? Eu não estou justificando nada, estou perguntando o que o Netanyahu quer. O que o Netanyahu quer? Está tendo uma eleição nos EUA e ele está sendo pressionado pelos democratas a ter uma posição a negociar. Não negociou nada, mentira, não está negociando nada. Ainda hoje o Anthony Blink, o secretário de defesa dos Estados Unidos [disse]: 'Agora, é imperioso um cessar fogo'. Que cessar fogo? A ONU votou o cessar fogo, foi aprovado pelo conselho de segurança. O que foi que Israel fez? Foi lá e bombardeou e atacou a Faixa de Gaza.

Quando você mata mais uma vez, mata no Irã o principal líder do Hamas, praticamente no dia da posse, horas antes da posse do novo presidente do Irã, que é um moderado, você está dizendo: 'Eu não quero moderação do Irã, eu quero guerra. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Reinaldo disse que o presidente de Israel conta com a beligerância para se livrar da prisão.

O Netanyahu depende da guerra pra ficar fora da cadeia, porque a hora em que ele cair, ele vai ser pego pelo sistema judiciário israelense, por questões que nada têm a ver com a guerra, questões interiores, de política interna. Há uma investigação em curso - e nós ainda veremos isso, eu tenho confiança - sobre o que realmente aconteceu. Não estou dizendo que o Hamas não atacou, claro que o Hamas matou 1.200 pessoas.

A questão é saber por que é que aconteceu aquela falha de segurança grotesca, por que é que um país que consegue matar com tanta precisão num país inimigo, um líder também inimigo, como é que foi acontecer aquela falha de segurança naquela gravidade, naquela extensão? Essa investigação podia vir à luz com esses detalhes. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Segundo Reinaldo, o risco é grande de uma guerra de maior amplitude no Oriente Médio.

O Netanyahu precisa da guerra. Agora, há mesmo o risco de uma guerra, de a guerra se espalhar pra valer, porque mesmo o Pezeshkian não era da linha do presidente anterior - que morreu num acidente, que tinha uma história de um psicopata, assassino. Não. Mesmo em relação a Israel, [tinha] uma posição mais moderada. Que força tem a moderação agora no Irã? Até porque o presidente tem poderes limitados no Irã. Quem governa de verdade - no que diz respeito às forças armadas, à política externa, ao enfrentamento externo o poder do presidente é muito limitado - é o conselho da revolução que decide, que é linha dura.

Israel está fazendo aposta na guerra total no Oriente Médio. Essa é a aposta. Precisa saber como é que o mundo vai reagir a isso. Ninguém precisa ser simpatizante do Ismail Haniyeh pra perceber que essa decisão de Israel é absolutamente temerária e irresponsável, provocativa num momento como esse. Até porque também isso corresponde - poucas pessos se atentam pra isso - isso é como dizer 'Eu mato dento do Irã quem eu quiser, vocês são nossos alvos, pra eliminar alguns de vocês a gente nem precisa da guerra. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

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