Hamas diz que iniciou processo para escolher novo líder após morte de chefe
Do UOL, em São Paulo
03/08/2024 19h34Atualizada em 03/08/2024 19h41
O Hamas emitiu uma declaração para informar que iniciou o processo para a escolha de um novo líder após o assassinato do chefe do grupo extremista, Ismail Haniyeh, no Irã, nesta semana.
O que aconteceu
Grupo explicou que iniciou um amplo processo de consulta para a escolha. A informação foi divulgada pela agência de notícias Reuters e Al Jazeera.
Vice de Haniyeh seria substituto imediato para a posição. Porém, Saleh al-Arouri foi morto em um ataque israelense em Beirute, na capital do Líbano, em janeiro.
Vários funcionários de altos cargos do Hamas podem substituir Haniyeh. A escolha deve ser definida em reunião do conselho Shura, o principal órgão consultivo do grupo.
Haniyeh era membro do Hamas desde a fundação do grupo extremista em 1987. Para sucedê-lo, o grupo deve escolher um nome forte, segundo o autor Azzam Tamimi, especialista quando o assunto é o grupo palestino, que está em guerra contra Israel desde outubro de 2023. Veja quem pode suceder Haniyeh.
Morte de líder político do Hamas
O líder político e principal interlocutor do Hamas Ismail Haniyeh, 62, foi assassinado durante viagem a Teerã, no Irã, na quarta-feira (31). A morte de Haniyeh aumenta as tensões de uma guerra regional, após o Irã prometer se vingar.
Hanieyh morreu em um ataque de "projétil de curto alcance" disparado contra sua residência em Teerã. A informação foi divulgada pela Guarda Revolucionária, o Exército ideológico da República Islâmica. O Irã atribui a Israel a operação que terminou com a morte.
Israel reagiu às ameaças e disse estar preparado para a guerra. Yoav Gallant, ministro da Defesa israelense, informou que o estado judeu prefere evitar uma guerra, mas que está "preparado para todas as possibilidades".
Novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou que o país defenderá sua integridade territorial. "Israel se arrependerá pelo assassinato covarde", afirmou ele. O assassinato escancara a falha de segurança por parte do Irã e, segundo diplomatas, pode levar iranianos a retaliar Israel para manter sua credibilidade diante das forças políticas internas, apurou o colunista do UOL, Jamil Chade.
Autoridades palestinas e governos da Turquia, Qatar, Irã e Rússia condenaram o assassinato. O próprio Hamas indicou que o ato representa uma "escalada grave" na guerra e que não ficará impune.
Estados Unidos e outros atores globais fazem esforços diplomáticos para que a resposta do Irã seja proporcional, e não gatilho para uma guerra regional. A morte também pode enterrar as negociações de um cessar-fogo em Gaza. Ismail Haniyeh era o líder da delegação do Hamas nas conversas patrocinadas pelo Qatar.