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Reino Unido anuncia batalhão para lidar com protestos da extrema direita

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou nesta segunda-feira (5) que planeja criar um batalhão policial especializado para conter os protestos de extrema direita contra imigrantes muçulmanos. A onda de violência tomou o país nos últimos dias e foi desencadeada após a morte de três meninas em um ataque.

O que aconteceu

Starmer disse que o exército será permanente e atuará para lidar com os tumultos extremistas. A decisão ocorreu após uma reunião emergencial com ministros e forças policiais para discutir como reprimir a violência que eclodiu. Ele anunciou que terão agentes suficientes para conter a situação.

Ele também afirmou que a Justiça será mais rígida com os infratores. ''Pedi uma consideração antecipada e mais rápida da identificação envolvidos, que sentirão toda a força da lei'', contou.

''Isso não é protesto, é pura violência'', enfatizou. O primeiro-ministro acrescentou que ''não tolerará ataques a mesquitas ou às comunidades muçulmanas''.

Extrema direita espalhou desinformação sobre morte de meninas

Alice Dasilva Aguiar, 9, Elsie Dot Stancombe, 7, e Bebe King, 6, foram mortas esfaqueadas. Outras oito crianças ficaram feridas, cinco delas em estado grave, além de dois adultos, na última terça-feira (30) em Southport, cidade do litoral.

O ataque ocorreu durante uma aula de dança de férias com tema da artista Taylor Swift. Um garoto de 17 anos, identificado como Alex Rudakubana, é apontado como autor dos assassinatos, foi detido e compareceu a um tribunal inglês.

Apoiadores da extrema direita começaram a disseminar nas redes sociais a informação de que o suspeito era terrorista. O caso gerou revolta e desencadeou uma série protestos violentos pela Inglaterra, incitando ódio contra imigrantes e muçulmanos.

A polícia desmentiu os ativistas e disse que o ataque não estava relacionado ao terrorismo. Além disso, a corporação afirmou que o adolescente nasceu na Grã-Bretanha. O menino era de Cardiff, nos Países de Gales, e se mudou para Inglaterra em 2023, segundo a BBC. Os pais dele são de Ruanda.

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'Pior desordem da Inglaterra em 13 anos'

Usando as mídias sociais e plataformas, extremistas de direita convocaram pessoas a irem à Southport. ''Usem máscaras'', aconselharam as mensagens, também orientando o local onde se encontrariam e apontando uma mesquita próxima, que seria um dos palcos do tumulto na semana passada.

Os atos também interferiram nas homenagens que estavam sendo feitas às vítimas. Políticos e policiais disseram que a maioria dos manifestantes não era da região e que os confrontos atrapalharam a vigília com presença de milhares de pessoas.

Ao menos 100 pessoas foram presas durante as manifestações. Extremistas de direita teriam entrado em confronto com as forças policiais, incendiando automóveis e atirando tijolos e outros objetos contra os agentes.

39 policiais ficaram feridos. Segundo o Serviço de Ambulâncias do Noroeste, 27 deles precisaram ser levados ao hospital. Oito sofreram ferimentos graves, incluindo fraturas. Além deles, três cães da polícia também foram atingidos.

No domingo (4), multidões enfurecidas atacaram dois hotéis. As pousadas, que abrigavam imigrantes asilados no país, foram quebradas e incendiadas. Moradores precisaram ser evacuados.

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Os protestos também tomaram conta de Liverpool, Bristol, Tamworth, Middlesbrough, Sunderland e Belfast, na Irlanda do Norte. A maioria era homens jovens brancos usando balaclavas e envoltos na bandeira britânica, gritando ''parem os barcos'', em referência aos imigrantes que chegam em botes.

Extremistas de direita foram recebidos por grupos contramanifestantes em algumas regiões. Muçulmanos e aliados teriam saído às ruas para combater o movimento de ódio.

*Com informações da Reuters

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