Conteúdo publicado há 1 mês

Antes crítico do bitcoin, Trump se rende a criptos em busca de votos

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Era tudo uma farsa, um golpe, na opinião do então presidente Donald Trump sobre as criptomoedas. Mas nada como um tempo fora da presidência para dar um refresco. Agora Trump é bitcoin desde criancinha, darling.

Outro dia ele foi a um evento de bitcoin, com direito a bilionário de bitcoin mascarado na plateia (sim, eles fazem esse tipo de coisa, alegando segurança) e o candidato Trump prometeu mundos e fundos.

É o lobby do bitcoin tomando conta da campanha.

"A mudança de atitude do Sr. Trump atesta um novo poder emergente na política americana: uma classe de empreendedores tecnológicos e capitalistas de risco que não se sentem confortáveis le da Amazon).

Mas vamos por partes para entender esse rolê do mundo cripto em 3, 2, 1?.

O que é uma criptomoeda?

A cripto mais famosa é o bitcoin, mas tem um monte de outras por aí. Tem a DodgeCoin, conhecida por ser um meme que disparou de preço quando o Elon Musk começou a falar dela o tempo todo. E tem até a TrumpCoin.

Mas num mundo tech, nada melhor do que pedir ajuda para a inteligência artificial para explicar as criptos, né? Pede ajuda ao Claude (que é tipo um ChatGPT).

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Imagine que você está jogando um game online chamado "Caça ao Tesouro Digital". Neste jogo:

1. Os tesouros são moedas mágicas que só existem dentro do jogo (como as criptomoedas no mundo digital).

2. Para encontrar essas moedas, você precisa resolver quebra-cabeças matemáticos supercomplicados (isso é fazer a "mineração" de criptomoedas).

3. Cada moeda tem um número de série único, gravado com tinta invisível mágica que ninguém consegue falsificar (isso representa a tecnologia blockchain).

4. Todos os jogadores têm um livro mágico que registra automaticamente todas as trocas de moedas (como o registro público das transações de criptomoedas).

5. Não existe um "chefão" do jogo controlando tudo. As regras são decididas por votação entre os jogadores (como a natureza descentralizada das criptomoedas).

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6. Alguns jogadores ficam tão empolgados que começam a trocar coisas do mundo real por essas moedas do jogo (como pessoas usando criptomoedas para compras reais).

7. O valor das moedas sobe e desce como uma montanha-russa maluca, dependendo de quantas pessoas querem jogar (similar à volatilidade do mercado de criptomoedas).

— Prometeu demitir o presidente da SEC (a Comissão de Valores Mobiliários americana), Gary Gensler. Gensler defende que as negociações de bitcoin sigam as regras da venda de ações na bolsa de valores.

Como é que esse povo pode influenciar as eleições?

Esse povo é do mundo tech. O mundo tech pode fazer maravilhas para uma campanha.

— O Elon Musk é dono do X-Twitter. Outro dia foi lá e postou um vídeo fake da Kamala, com a voz dela recriada por IA e que falava mal do Biden. O X-Twitter pode banir o próprio Musk, Tixa? Ele tem todas as senhas, darling. Not gonna happen!

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— O American PAC, aquele que tem o apoio do Elon Musk, está sendo investigado por supostamente pegar informações dos eleitores de estados campo de batalha, alegando que vai ajudá-los a se registrar para votar.

— Do outro lado, os bilionários techs também estão de olho em como outras empresas estão se comportando. O Google, por exemplo, foi acusado de adulterar o sistema de buscas prejudicando o Trump. Quem buscava por "comício de Trump" era direcionado para resultados sobre Kamala Harris. (A reportagem da Tixa testou o rolê quando o Elon Musk fez a denúncia em um tuíte e ele tinha razão. Minutos depois a busca automática do Google mudou.)

— Outra acusação é que não dava para pesquisar sobre a tentativa de assassinato do ex. O Google disse que as ferramentas são treinadas contra preenchimento automático associadas à violência. Então, tá.

Tixa, mas e o mundo cripto com a Kamala? Até agora a candidata (que já é a oficial) dos Democratas não deu a linha de como vai tratar o mundo do Vale do Silício, que se debandou todo para o Trump.

Curtinha antes de ir embora

O Trump quer porque quer fugir do debate com a Kamala. A nova do finde é que ele cancelou o debate de 10 de setembro marcado para acontecer na ABC News e diz que só faz debate se for na FoxNews. (a Fox é tipo como a Jovem Pan foi para o Bolsonaro, darling.)

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E vamos para essa segunda-feira, sem Biles e sem Rebeca no pódio da trave, com os mercados mundiais despencando, com ameaças de que vai começar uma guerra em Israel. Tá fácil. E se Trump ganhar, o bitcoin dispara, dizem as más línguas.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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