Conteúdo publicado há 2 meses

Fundador do Telegram é acusado, mas deixa prisão após fiança de R$ 30 mi

O fundador do Telegram, Pavel Durov, foi solto nesta quarta-feira (28) após se comprometer a pagar uma fiança de 5 milhões de euros (cerca de R$ 30,7 milhões) à Justiça da França. Ele também foi formalmente acusado por uma série de ilícitos associados ao crime organizado, anunciou a promotora de Paris, Laure Beaccuau, quatro dias depois da prisão do executivo.

O que aconteceu

Durov também deverá se apresentar duas vezes por semana à delegacia e não deixar a França. Após coletar o depoimento em Paris, os juízes de instrução ordenaram o indiciamento por todas as 12 acusações feitas contra o empreendedor na fase de investigação.

A lista de crimes atribuídos a ele inclui: cumplicidade na administração de uma plataforma online para permitir transações ilícitas por gangues organizadas, cumplicidade em fraude e tráfico. A isso se soma, entre outras acusações, uma suposta responsabilidade do bilionário nascido na Rússia pela disseminação de material de abuso sexual de menores de idade no Telegram.

Durov também é acusado de não cooperar com a Justiça. Ele não forneceu dados e informações sobre possíveis ações criminais e acusações relacionadas à operação e criptografia da plataforma de mensagens.

O Ministério Público explicou que o Telegram, criado em 2013, apareceu em vários casos sobre vários delitos. Alguns exemplos são pornografia infantil, ódio online e tráfico de drogas. O órgão diz que a empresa ofereceu uma "quase total falta de resposta" às interpelações judiciais.

Investigação

A investigação que levou à prisão de Durov foi aberta em caráter preliminar em fevereiro de 2024. A apuração envolveu sucessivamente várias agências francesas envolvidas na luta contra o crime cibernético, o crime organizado e fraude.

O fundador do Telegram vive em Dubai, onde a empresa está sediada. Nascido na Rússia, ele possui cidadania francesa e dos Emirados Árabes.

Após a prisão de seu fundador e CEO no sábado (24), o Telegram divulgou uma nota. O comunicado diz que a plataforma "está em conformidade com as leis da União Europeia, incluindo a Lei de Serviços Digitais" e que "sua moderação está dentro dos padrões da indústria e está constantemente melhorando."

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Também veio à tona nesta quarta (28) que Durov é investigado por supostamente maltratar um de seus filhos, nascido em 2017. Os maus-tratos teriam ocorrido quando ele e sua ex-parceira, a mãe da criança, estavam em Paris. A mulher também apresentou uma queixa contra o executivo no ano passado na Suíça, onde a criança vive atualmente.

A nova investigação, confiada à agência francesa para a prevenção da violência contra menores, acaba de ser aberta. Segundo a promotoria de Paris, a investigação permitirá que sejam feitas verificações com a Suíça para descobrir se "já existe uma estrutura judicial" nesse país sobre esses eventos. Em caso afirmativo, a Justiça francesa não substituirá a Justiça suíça, de acordo com uma fonte próxima ao caso.

*com informações da AFP, DW e EFE

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