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CEO de empresa de pagers recebe proteção na Hungria após explosões, diz mãe

A CEO de uma empresa ligada aos dispositivos do Hezbollah que explodiram no Líbano recebeu ameaças de origem não identificada e está sob a segurança do serviço secreto da Hungria. A informação foi dada pela mãe da executiva em entrevista à AP (Associated Press).

O que aconteceu

Cristiana Bársony-Arcidiacono foi aconselhada a não dar entrevistas, segundo informou a mãe dela à AP. Beatrix Bársony-Arcidiacono, que mora na Sicília (Itália) revelou ainda que a filha está atualmente sob a custódia de autoridades húngaras, em um lugar seguro.

Serviço secreto húngaro contestou a informação. A agência disse que a jovem não se qualifica para tal proteção, e que uma investigação foi iniciada logo depois que a empresa foi ligada a explosões em pagers do grupo extremista, na terça-feira (17).

Os resultados da investigação até agora deixaram claro que os chamados pagers nunca estiveram em território húngaro e que nenhuma empresa húngara, ou especialista húngaro, esteve envolvido em sua fabricação ou modificação.
Serviço Nacional da Hungria em um e-mail à AP

Cristiana Bársony-Arcidiacono, CEO de empresa ligada a pagers que explodiram no Líbano
Cristiana Bársony-Arcidiacono, CEO de empresa ligada a pagers que explodiram no Líbano Imagem: Reprodução/Facebook/Reuters

Cristiana Bársony-Arcidiacono aparece como CEO da BAC Consulting, sediada em Budapeste (Hungria). Segundo a detentora da marca registrada taiwanesa dos pagers, era a empresa húngara a responsável pela fabricação e design dos dispositivos. Os pagers começaram a ser enviados para o Líbano no verão de 2022 em pequenos números.

Mãe da CEO defende a filha e diz que dispositivos nunca passaram pela Hungria. "Os itens não passaram por Budapeste. Eles não foram produzidos na Hungria", argumenta Beatrix, ecoando uma afirmação do governo húngaro no início da semana.

BAC Consulting divide o andar térreo de um prédio modesto. Segundo a AP, a companhia não possui escritórios físicos e usa o espaço apenas como endereço oficial, segundo uma mulher que saiu do prédio, mas se recusou a falar o seu nome. A empresa teria arrecadado US$ 725 mil (R$ 3,9 milhões, na cotação atual) em receita em 2022 e US$ 593 mil (ou R$ 3,2 milhões) em 2023, conforme balanço financeiro da empresa.

Aparelhos foram entregues pouco antes

Grupo libanês Hezbollah entregou novos pagers da marca Gold Apollo a seus membros horas antes de milhares de dispositivos explodirem esta semana, disseram duas fontes de segurança à agência de notícias Reuters. Isso indicaria que o grupo estava confiante de que o grupo estava seguro, apesar de uma varredura contínua do kit eletrônico para identificar ameaças.

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Um dos equipamentos foi entregue na segunda (16) e explodiu no dia seguinte enquanto ainda estava na caixa. Outro dispositivo dado a um membro sênior poucos dias antes e feriu um subordinado quando detonou.

Uma investigação preliminar feita por autoridades libanesas concluiu que pagers e walkie-talkies foram implantados antes da entrada dos dispositivos no país. Autoridades locais indicaram ainda que Israel foi o responsável pelo planejamento e execução dos ataques. O país, no entanto, não se manifestou publicamente sobre as acusações.

Como foram as explosões

As explosões de pagers e walkie-talkies deixaram 37 pessoas mortas e milhares feridas. Foram 12 mortos após explosões simultâneas de 'pagers' do Hezbollah, no Líbano, na terça. O número de mortos após explosões simultâneas de 'walkie-talkies' do Hezbollah, no Líbano, subiu para 25, na quarta. Entre os mortos, 20 eram integrantes do grupo islamista libanês Hezbollah. Mais 450 pessoas ficaram feridas.

Walkie-talkies do Hezbollah explodiram no subúrbio de Beirute no fim da tarde de quarta-feira (18). Uma das explosões ocorreu perto de um funeral organizado pelo Hezbollah para os mortos no dia anterior, após os "pagers" também explodirem. Os ataques aconteceram em todo o sul do país e nos subúrbios ao sul da capital Beirute.

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