Amorim chama ataque de Israel ao Líbano de 'revoltante e perigoso'
O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, chamou a escalada de bombardeios contra o Líbano de "revoltante e perigosa". Mais de 500 pessoas morreram entre segunda (23) e terça (24) após o ataque de Israel.
O que aconteceu
Amorim afirmou que há um risco de guerra total na região. "Eu acho uma coisa tremendamente revoltante e perigosa porque ali o risco é de uma guerra total", avaliou. O Hezbollah é aliado do Hamas e bombardeia o território israelense em represália à guerra na Faixa de Gaza.
Ele também falou sobre a situação dos brasileiros que moram no Líbano, número estimado em 20 mil. "Em 2006 [durante a guerra] eu fui até o Líbano e deu muito trabalho para evacuar os brasileiros, a experiência é dura. Daquela vez foram 3 mil brasileiros e hoje as rotas são mais difíceis", diz.
Segundo Amorim, o Itamaraty está planejando "algo" para evacuar os brasileiros da região. Até o momento, a Embaixada do Brasil no Líbano apenas divulgou uma nota dizendo que os brasileiros devem buscar "meios próprios" para sair do país.
Israel lançou o maior ataque aéreo contra o Líbano desde 2006. Os alvos seriam "postos do Hezbollah", mas há relatos de casas e estradas atingidas pelas bombas israelenses.
Estratégia de Israel é demonstrar força militar para mudar a posição declarada do Hezbollah de que continuará atacando Israel enquanto não houver um cessar-fogo em Gaza. Outro objetivo do governo é retomar o controle do norte do país, de onde milhares de israelenses fugiram desde que o Hezbollah passou a disparar mísseis contra Israel, em 8 de outubro.
Primeiro-ministro libanês diz que Israel executa um "plano de destruição" contra o país. "A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que pretende pulverizar os vilarejos e cidades libaneses", afirmou Najib Mikati. No comunicado, ele também pede à ONU e aos "países influentes" para "dissuadir a agressão".
Explosões de pagers e bombardeio israelense que matou cúpula militar do Hezbollah intensificaram conflitos. Um ataque a uma área residencial no subúrbio de Beirute matou o líder sênior Ibrahim Aqil e outro comandante, Ahmed Wahbi, na sexta-feira (20).
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