Israel ataca Hezbollah no Líbano e deixa ao menos 558 mortos e mil feridos
As forças israelenses lançaram hoje um grande ataque contra alvos do Hezbollah no Líbano. O movimento islâmico é aliado do Hamas e dispara foguetes contra o território israelense.
O que aconteceu
O Ministério da Saúde do Líbano informou que pelo menos 558 morreram e outras 1.835 ficaram feridas nos bombardeios. Entre as vítimas estão 50 crianças, 94 mulheres e dois médicos, diz o comunicado do órgão.
Israel diz que atingiu 300 alvos em todo o Líbano. Horas antes, autoridades israelenses divulgaram um pronunciamento e mandaram mensagens de texto para moradores de Beirute e regiões vizinhas alertando que eles deixassem suas casas.
Casas destruídas e escolas fechadas. O ataque israelense causou danos na infraestrutura civil. Aulas foram suspensas por dois dias nas áreas atingidas e há relatos de casas atingidas por mísseis em várias cidades.
O Hezbollah afirmou que o líder sênior Ali Karak, chefe da frente sul, está bem e foi transferido para um local seguro. Uma fonte de segurança disse à Reuters que ele foi alvo de um ataque israelense nos subúrbios do sul do Líbano.
O grupo xiita respondeu ataque com mais foguetes. "Os combatentes do Hezbollah bombardearam duas posições militares israelenses, assim como os complexos da indústria militar Rafael, ao norte da cidade de Haifa", indicou o grupo em um comunicado.
É a primeira onda de ataque planejada por Israel, apurou a RFI. Em comunicado à população libanesa, o Exército israelense diz que os ataques "continuarão no futuro próximo" e que serão "maiores e mais precisos". A imprensa libanesa relata que os bombardeios são os piores desde a Segunda Guerra do Líbano, em 2006.
Estratégia de Israel é demonstrar força militar para mudar a posição declarada do Hezbollah de que continuará atacando Israel enquanto não houver um cessar-fogo em Gaza. Outro objetivo do governo é retomar o controle do norte do país, de onde milhares de israelenses fugiram desde que o Hezbollah passou a disparar mísseis contra Israel, em 8 de outubro.
Primeiro-ministro libanês diz que Israel executa um "plano de destruição" contra o país. "A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que pretende pulverizar os vilarejos e cidades libaneses", afirmou Najib Mikati. No comunicado, ele também pede à ONU e aos "países influentes" para "dissuadir a agressão".
No fim de semana, Israel e Hezbollah trocaram agressões. Pelo menos 45 pessoas foram mortas no Líbano após um ataque israelense. Em resposta, o Hezbollah disparou um míssil que atingiu uma área residencial na cidade israelense de Kiryat Bialik.
Ordem de evacuação
No sul, moradores receberam ligações ordenando que ficassem a mil metros de qualquer posto do Hezbollah, contou um repórter da Reuters que recebeu a chamada. Mais cedo, um porta-voz do Exército israelense, Avichay Adraee, disse que os ataques aéreos contra casas no Líbano, nas quais o "Hezbollah escondia armas", eram iminentes.
Ligações foram "guerra psicológica" para causar estragos e caos, dizem libaneses. O chefe da operadora Ogero, Imad Kreidieh, disse que o Líbano recebeu mais de 80 mil tentativas de ligações que seriam de Israel com a mensagem de evacuação.
O que dizem as autoridades
Estamos determinados a garantir que as pessoas no norte possam voltar para suas casas com segurança. Nenhum país pode tolerar o tiroteio contra seu povo, suas cidades, e nós também não toleraremos.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense
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Quero receberSeremos capazes de alcançar qualquer um que ameace os cidadãos de Israel. É uma mensagem para o Hezbollah, o Oriente Médio e além.
Herzi Halevi, chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel
As ameaças não vão nos parar: estamos prontos para todos os cenários militares.
Naim Qassem, secretário-geral e número dois na hierarquia do Hezbollah
*Com informações de RFI, AFP e Reuters
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