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Israel diz que bombardeou QG do Hezbollah; alvo sobreviveu e 'está bem'

O Exército de Israel afirmou nesta sexta-feira (27) que bombardeou o quartel-general central do Hezbollah em Beirute. O alvo era Sayyid Hassan Nasrallah, líder do movimento libanês, que sobreviveu e "está bem", segundo fontes da AFP. O novo ataque aconteceu após discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU.

O que aconteceu

As Forças de Defesa israelenses ressaltaram que local é essencial para o Hezbollah. Comunicado foi divulgado pelo Telegram. "Momentos atrás, as Forças de Defesa de Israel realizaram um ataque preciso à sede central da organização terrorista Hezbollah - que serviu como epicentro do terror do Hezbollah", disse o porta-voz Daniel Hagari.

Hagari afirmou que a sede central do Hezbollah foi construída "intencionalmente" perto das casas de civis. Segundo o Exército de Israel, a sede do grupo libanês fica no coração de Dahiyeh, em Beirute. "Foi parte da estratégia do Hezbollah de usar o povo libanês como escudos humanos", acrescentou o porta-voz.

Ao menos duas pessoas morreram e 76 ficaram feridas. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde do Líbano. O número de mortos deverá aumentar à medida que as equipes de resgate continuam a remover os escombros dos edifícios que desabaram no ataque.

Ataque teve aval de Netanyahu. O gabinete do primeiro-ministro divulgou uma foto que mostra Netanyahu, que está em Nova York, no telefone aprovando o ataque aéreo à sede do Hezbollah em Beirute.

Autoridades israelenses afirmaram que vários combatentes do Hezbollah estavam na sede no momento do ataque. O grupo xiita libanês ainda não se pronunciou. Também não há informações se o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, estava no quartel-general.

Escombros de um prédio destruído em um ataque aéreo israelense no bairro de Haret Hreik, nos subúrbios ao sul de Beirute
Escombros de um prédio destruído em um ataque aéreo israelense no bairro de Haret Hreik, nos subúrbios ao sul de Beirute Imagem: IBRAHIM AMRO/AFP

Aviões de guerra israelenses realizaram vários bombardeios no subúrbio ao sul de Beirute nesta sexta-feira (27). Repórteres da AFP relataram fortes explosões na região da capital. A televisão libanesa mostrou colunas de fumaça subindo de vários lugares da região e sirenes de ambulâncias podiam ser ouvidas por toda a cidade.

A Cruz Vermelha Libanesa diz ter enviado dez equipes para Dahiyeh. Fotos e vídeos que circulam nas redes sociais mostram escombros de edifícios atingidos pelo bombardeio.

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Israel e Hezbollah continuam a trocar ataques na manhã de hoje, ignorando os pedidos por um cessar-fogo. Pelo quinto dia consecutivo, o Exército israelense diz que atacou alvos do Hezbollah. Na véspera, os bombardeios deixaram 92 mortos e 153 feridos no Líbano, e atingiram também pontos da capital Beirute. O chefe da unidade de drones do Hezbollah, Mohammed Srour, morreu.

Hezbollah diz que respondeu "ataques selvagens" com foguetes no norte de Israel. A maioria foi interceptada, segundo o governo israelense. Não há informação sobre mortos ou feridos.

A fronteira entre a Síria e o Líbano também foi alvo de um ataque israelense. Cinco militares sírios morreram. Segundo autoridades, "infraestruturas ao longo da fronteira são utilizadas pelo Hezbollah para transferir armas da Síria ao Líbano".

Ameaça de nova guerra

Escalada militar ameaça mergulhar o Oriente Médio em uma nova guerra. Diante disso, os Estados Unidos e a França, apoiados por vários países ocidentais e árabes, fazem um apelo por um cessar-fogo de 21 dias. No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, garantiu na quinta-feira (26) que seu exército continuará o combate contra o Hezbollah "com toda a força necessária". O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, reforçou que a ofensiva terá seguimento "até a vitória".

Netanyahu discursou hoje na Assembleia Geral da ONU, que teve início na terça-feira (24) em Nova York. Vaiado no início, Netanyahu fez críticas ao Irã, a quem chamou de "maldição", e falou sobre uma "reconciliação histórica" entre árabes e judeus.

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Premiê disse que foi à ONU para 'falar a verdade' sobre Israel. Ele declarou que não pretendia comparecer neste ano porque seu país "está lutando por sua vida", mas precisava "esclarecer as coisas" após ouvir mentiras e calúnias. "Israel busca a paz, Israel anseia pela paz, Israel fez a paz e fará a paz novamente", afirmou Netanyahu. "Mas temos inimigos selvagens que buscam nos aniquilar".

O primeiro-ministro afirmou que o objetivo na guerra Israel contra o Hamas é derrotar o grupo extremista. "Essa guerra pode terminar agora. Tudo o que precisa acontecer é o Hamas se render, abaixar suas armas e devolver os reféns. Mas se eles não fizerem isso, nós vamos lutar até alcançar a vitória. A vitória total. Não há substituição para isso", afirmou o premiê.

Netanyahu acusou o Irã de ter bombardeado Israel diretamente pela primeira vez, com mísseis lançados do território iraniano. O premiê garantiu que está preparado para uma guerra contra o país. "Se vocês atacarem a gente, nós te atacaremos", afirmou.

Bombardeiros de Israel ao Líbano completaram uma semana hoje, com mais de 700 mortes. O premiê israelense também afirmou que não está em guerra com o Líbano. "Não estamos em guerra com vocês, estamos em guerra com o Hezbollah". Netanyahu afirmou que o grupo xiita "sequestrou o Líbano". Ele também reafirmou que Israel tem o direito de atacar o Hezbollah.

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