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Edmundo González diz que retornará à Venezuela como 'presidente eleito'

25.jul.2024 - Edmundo González Urrutia, opositor de Nicolás Maduro na Venezuela, durante coletiva em Caracas Imagem: Federico Parra/AFP

Do UOL, em São Paulo

04/10/2024 16h00

O candidato opositor nas últimas eleições venezuelanas, Edmundo González Urrutia, declarou nesta sexta-feira (4) que voltará ao seu país no dia 10 de janeiro do próximo ano para tomar posse como "presidente eleito". Declaração de González foi feira durante uma conferência na Espanha, onde está exilado.

O que aconteceu

González ressaltou que sua estadia na Espanha é temporária. "Minha saída do país é apenas temporária. Mas não por isso deixei de me ver obrigado a me distanciar da Venezuela por causa de pressões inenarráveis e ameaças extremas que tocavam até mesmo a parte mais próxima da minha vida familiar", disse em um discurso no Fórum de La Toja, que reúne figuras políticas e econômicas no noroeste da Espanha.

Ele afirmou que tomará posse como presidente eleito. "Voltarei à Venezuela o mais rápido possível, quando restaurarmos a democracia em nosso país. Vou tomar posse como presidente eleito no dia 10 de janeiro", afirmou ele aos repórteres que cobriam o evento.

Sobre o futuro de Nicolás Maduro, o opositor evitou fazer comentários. "Não me envolvo nisso", disse. Mais de dois meses após as eleições, realizadas no dia 28 de julho, a oposição alega que o pleito foi fraudado para dar a vitória ao presidente Nicolás Maduro

González Urrutia chegou à Espanha em 8 de setembro. González era alvo de uma ordem de prisão e passou um mês na clandestinidade antes de sair da Venezuela e chegar à Espanha no dia 8 de setembro para pedir asilo.

Eleição é questionada pela oposição

Resultado das eleições na Venezuela foram questionados. Os resultados oficiais das eleições de 28 de julho foram questionados por Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina, inclusive o Brasil, que pediram uma verificação minuciosa dos votos. A proclamação de Maduro como vencedor pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) foi ratificada pelo Tribunal Supremo de Justiça, ambos acusados de servir ao chavismo.

O CNE não divulgou as atas de votação, como a lei exige, alegando que foi alvo de um ataque de hackers. O anúncio dos resultados provocou protestos em todo país, com um balanço de 27 mortos, 192 feridos e 2.400 detidos.

Centro Carter apresenta atas das eleições venezuelanas na OEA

O Centro Carter apresentou nesta quarta-feira (2) ante a OEA "atas originais" das eleições na Venezuela. Documentos "demonstram" a vitória do líder opositor Edmundo González Urrutia sobre Nicolás Maduro. "Acabo de receber o que foi enviado por correio internacional e gostaria de compartilhar com vocês depois da sessão para que possam ver que estas são atas originais da Venezuela que têm um código QR muito significativo", afirmou Jennie K. Lincoln, assessora para a América Latina e o Caribe do Centro Carter.

Resultado favoreceu González. Os dados "demonstram que Edmundo González obteve mais de 67% dos votos e Nicolás Maduro conseguiu 31%", mas "a responsabilidade" de proclamar esse resultado recai sobre a autoridade eleitoral, declarou Jennie K. Lincoln.

O Centro Carter foi convidado para observar as eleições de 28 de julho. O mandatário Nicolás Maduro foi proclamado vencedor para um terceiro mandato de seis anos, entre denúncias de fraude. A líder opositora María Corina Machado e González Urrutia afirmam ter provas que desmentem o triunfo do atual presidente: as atas eleitorais.

Protestos e mortes. A questionada reeleição de Maduro provocou protestos no país sul-americano que tiveram como saldo 27 mortos, cerca de 200 feridos e mais de 2.400 detidos.

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