Conteúdo publicado há 1 mês

Explosões voltam a ser ouvidas no sul de Beirute, no Líbano

Explosões voltaram a ser ouvidas em Beirute, no Líbano, após a meia-noite de sábado (5) no horário local (18h de sexta-feira, 4, no horário de Brasília).

O que aconteceu

Imagens da AFP mostraram uma grande nuvem de fumaça sobre os subúrbios ao sul de Beirute. Novo ataque ocorre depois que os militares israelenses emitiram dois alertas de evacuação "imediata" aos residentes.

O primeiro alerta foi direcionado às pessoas que estavam em um prédio no bairro Bourj el-Barajneh. O segundo alerta foi emitido para um edifício no distrito de Choueifat. "Para sua segurança e a de seus familiares, vocês devem evacuar este prédio e os prédios vizinhos imediatamente e ficar longe deles por uma distância de pelo menos 500 metros", dizia um dos comunicados, conforme o canal de televisão Sky News.

Posteriormente, o Exército de Israel fez outro alerta de evacuação. As ordens, anunciadas no X (antigo Twitter) pelo porta-voz árabe do exército israelense, Avichay Adraee, exigia que os moradores das áreas de Bourj el-Barajneh e Haret Hreik, no sul de Beirute, deixassem suas casas. "Você está localizado perto das instalações e interesses do Hezbollah, e os [militares israelenses] operarão contra eles em um futuro próximo", disse ele, compartilhando duas imagens de mapas.

Hezbollah confirmou que um novo ataque atinge a região. Eles escreveram que os mujahideen (combatentes) do grupo acompanham, monitoram e respondem a todos os "movimentos hostis na linha de frente no sul do Líbano". A informação foi divulgada pelo grupo em um comunicado no Telegram.

Grupo também diz que seus combatentes "perseguem os soldados inimigos israelitas" com artilharia e lançadores de foguetes. Essa ação, ainda conforme o Hezbollah, ocorre nas suas bases de retaguarda e quartéis ao longo da fronteira nos territórios ocupados.

Na madrugada de sábado (horário local), o Hezbollah disse que entrou em conflito com soldados israelenses que tentaram avançar no território libanês. A ação ocorreu a partir do vilarejo de Adisa, também conhecida como Odaisseh, no sul do Líbano e perto da fronteira com Israel.

O grupo extremista falou que os militares israelenses tentaram avançar em direção ao vilarejo pela primeira vez às 23h de sexta: "[Nossos] combatentes se envolveram, resultando em uma explosão massiva na força que avançava, que foi forçada a recuar, causando baixas entre suas fileiras". Posteriormente, o Hezbollah divulgou que os israelenses tentavam avançar novamente no território à 1h50 de sábado e que o conflito prosseguia. As IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) ainda não comentaram as declarações.

Mais explosões

Várias explosões também foram ouvidas nas proximidades do Aeroporto de Beirute, por volta da meia-noite desta sexta-feira (4) no horário local (18h de quinta-feira, 3, no horário de Brasília).

Alvo do ataque israelense seria possível novo líder do Hezbollah. O jornalista Barak Ravid, do site Axios, afirmou no X (antigo Twitter) que duas fontes israelenses confirmaram que o alvo do novo ataque em Beirute seria Hashem Safieddine, provável sucessor do chefe do grupo extremista, Hassan Nasrallah, que foi morto em um ataque israelense na semana passada. Os ataques soaram semelhantes às explosões que mataram Nasrallah, conforme relatos de pessoas na região.

Hezbollah disse que Israel atacou vários pontos onde acreditava que Safieddine estava. Segundo o grupo, o "inimigo" não tem certeza sobre o paradeiro do possível sucessor de Nasrallah e, por isso, tem como alvo "muitas áreas suspeitas". Em publicação, o Hezbollah declarou que a ação ocorre como "retaliação às derrotas que sofre por parte" do grupo.

Na quarta-feira (2) à noite (horário local), o Exército de Israel teria tentado matar Safieddine. A tentativa contra o chefe do conselho executivo do Hezbollah ocorreu durante um ataque aéreo em Beirute, no Líbano. Safieddine é primo e possível sucessor do líder assassinado do grupo. A informação foi divulgada pela agência Axios, de acordo com falas de três autoridades israelenses.

Continua após a publicidade

Líbano respondeu a ataques pela 1ª vez

O Líbano respondeu a ataques de Israel pela primeira vez desde o início do confronto. Na quinta-feira (3), o Exército libanês disparou contra tropas israelenses pela primeira vez desde o início da ofensiva de Tel Aviv contra o Hezbollah, há cerca de duas semanas.

Em publicação no X, o Exército libanês informou que reagiu às agressões. O ataque ocorreu após um soldado libanês ter sido morto em um ataque israelense.

"Um dos soldados foi martirizado pelo inimigo israelense em um centro militar na região de Bint Jbeil, no sul. Os membros do centro responderam contra as fontes de disparos", afirmou a mensagem.

Antes da resposta, o Exército libanês havia divulgado que um soldado morreu e outro foi ferido em razão de um ataque "do inimigo israelense". A agressão teria ocorrido durante a realização de uma missão de evacuação e resgate com a participação da Cruz Vermelha libanesa na vila Taybeh, na cidade de Marjayoun, no sul do Líbano.

Até a quinta-feira (3), as Forças Armadas do Líbano não haviam participado dos combates contra Israel. O governo Netanyahu alega que sua ofensiva no país é apenas contra o Hezbollah, que atua no país.

Continua após a publicidade

O país sofre com os contínuos ataques aéreos de Israel contra áreas civis em Beirute, no sul e no Vale do Beqaa. Israel e o grupo Hezbollah do Líbano têm trocado tiros na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro do ano passado, detonada após um ataque do grupo palestino Hamas, aliado do Hezbollah, e que controla Gaza. Na última semana, Israel intensificou sua campanha militar no Líbano.

Incursão terrestre no Líbano começou na terça-feira (1º)

Forças israelenses invadiram o país vizinho por terra nesta semana. Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que a aviação e a artilharia realizam ataques de apoio na área. Cerca de vinte vilas libanesas perto da fronteira receberam ordem de evacuação. Mais de um milhão de pessoas foram deslocadas pelo conflito desde 23 de outubro, segundo a Organização das Nações Unidas.

Início da incursão ocorreu horas antes de bombardeio do Irã a Tel Aviv. Ataque foi uma resposta ao assassinato dos líderes do Hamas e do Hezbollah, informaram os iranianos. Uma parte dos mísseis caiu sobre cidades israelenses, mas a maioria foi interceptada. Três pessoas ficaram feridas na Jordânia, informou o governo local.

Israel prometeu retaliar o Irã após os ataques de mísseis. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a resposta pode provocar uma escalada da guerra. Agentes importantes no cenário mundial, incluindo os Estados Unidos e Rússia, podem dar um novo desenho ao conflito.

(Com AFP e Reuters)

Deixe seu comentário

Só para assinantes