Furacão Milton pode ser pior tempestade na Flórida em 100 anos, diz Biden

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta terça-feira que o furacão Milton, que se aproxima do sudeste do país, pode ser o pior a atingir a Flórida nos últimos 100 anos.

O que aconteceu

Joe Biden alertou os moradores da Flórida para que sigam as orientações dos órgãos de segurança. "Peço a todos que atualmente estão localizados no caminho do furacão Milton para que ouçam as autoridades locais e sigam as instruções de segurança", declarou o presidente norte-americano, segundo o jornal New York Times.

Biden destacou que obedecer as instruções dos socorristas "é uma questão de vida ou morte". "Se vocês estão sob ordem de evacuação, devem sair agora. Agora mesmo. Na realidade, vocês já deveriam ter saído", afirmou o democrata.

Furacão Milton deve atingir a Flórida nesta quarta-feira (9). Conforme o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC na sigla em inglês), esse é o furacão a se intensificar mais rápido que se tem registro e é considerado explosivo.

A intensidade do furacão Milton está hoje na categoria 4 em uma escala que vai até 5. O fenômeno da natureza foi rebaixado em uma escala, mas ainda é considerado "extremamente perigoso", segundo o NHC.

Furacão contornou o estado mexicano de Yucatán nas últimas horas. A previsão é de que o furacão cause "ondas destruidoras" no México e um aumento do nível da água de até 1,5 metro. O governo de Yucatán suspendeu as atividades não essenciais, enquanto a população protegeu portas e janelas com tábuas e pescadores levaram seus barcos para a terra.

Milton é o segundo grande furacão no Golfo do México em duas semanas. Segundo o NHC, é provável que o fenômeno "continue como um grande e poderoso furacão ao atingir a costa da Flórida, com riscos potencialmente mortais na costa e no interior". O governo da Flórida, que ainda se recupera dos estragos causados pelo furacão Helene, ordenou novas evacuações. "Quem tiver condições deve pegar a estrada hoje", apelaram as autoridades na segunda (7), em coletiva dirigida especificamente à região metropolitana de Tampa, onde vivem cerca de 3 milhões de pessoas.

Previsão é de que seja a pior tempestade a atingir Tampa em mais de 100 anos. Separada do Golfo do México por uma baía, a cidade de Tampa, de 400 mil habitantes, teme principalmente o impacto de Milton sobre a maré e as inundações. Sacos de areia foram colocados nas portas das casas para tentar conter a água, cujo nível pode subir entre 2,4 e 3,6 metros, de acordo com o NHC. Carros congestionam as estradas e moradores lotam os supermercados para estocar mantimentos.

Furacão pode levar chuvas de até 250 mm para a Flórida, diz o NHC. Em alguns pontos, o volume de chuva pode chegar a 380 mm. O governador Ron DeSantis ampliou para 51 (de um total de 67) o número de condados em situação de emergência no estado, o terceiro mais populoso do país. "Dá tempo de sair. Por favor, façam isso. Por favor, executem o plano agora se estiverem em algumas das áreas de risco", pediu DeSantis. "Estas tempestades estão trazendo mais água do que nunca", alertou a diretora da agência federal de resposta a desastres naturais (FEMA), Deanne Criswell.

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Estragos do Helene

Furacão de categoria 4 atingiu a costa da Flórida em 26 de setembro. Helene deixou um rastro de destruição até os Montes Apalaches, com chuvas torrenciais e inundações, tornando-se o desastre natural mais mortal a atingir o país desde o furacão Katrina, em 2005. Em Treasure Island, na Flórida, as ruas seguem repletas de lixo e escombros, e os moradores amontoaram nas portas de suas casas tudo o que perderam, como camas, colchões, geladeiras e televisores.

Equipes de resgate ainda trabalham para encontrar sobreviventes. Também tentam levar energia e água potável às comunidades isoladas pela tempestade nas montanhas. O número de mortes causadas pela passagem do Helene chegou a 232, segundo balanço divulgado na segunda-feira (7). "Precisamos que o máximo possível desses detritos [do Helene] seja recolhido. Eles criam um risco à segurança e também aumentam os danos que Milton pode causar", alertou o governador da Flórida, Ron DeSantis.

(Com AFP e RFI)

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