Vídeo: Drone flagra ondas de até 8 metros dentro do furacão Milton
Um drone gravou ondas de até 8,57 metros de altura dentro do furacão Milton, diante da passagem da tempestade pelo Golfo do México nesta quarta-feira (9).
O que aconteceu
As imagens foram captadas por volta das 18h01 (UTC, 19h01 em Brasília). No momento do registro, as rajadas de vento alcançavam 122,2 km/h a uma distância de cerca de 74 quilômetros do centro do fenômeno.
O registro foi feito pela NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, em português), dos EUA. Segundo a administração, as gravações fazem parte de uma parceria que visa "compreender melhor o papel dos oceanos nos furacões".
O drone usado na captura foi projetado exclusivamente para coletar dados da camada limite. O objetivo é possibilitar que os cientistas tenham uma "imagem mais precisa das condições dentro da tempestade ao nível do mar". A camada limite, conforme a NOAA, é uma região "estreita onde o oceano e a atmosfera interagem, muitas vezes influenciando a formação e o desenvolvimento de tempestades".
[Esses drones] podem entrar nesta região [da camada limite] e coletar medições de temperatura, pressão, velocidade do vento e altura das ondas. Estas observações são importantes para prever quais as condições que podemos esperar no terreno quando uma tempestade atinge o continente.
NOAA
Furacão Milton tocou o solo da Flórida
O furacão Milton, considerado um dos mais perigosos dos últimos tempos pelas autoridades americanas, tocou o solo na Flórida por volta das 20h30 (horário local; 21h30, horário de Brasília), nesta quarta-feira (9), segundo último boletim divulgado pelo NHC (Centro Nacional de Furacões).
Dados de satélite indicam que o olho do furacão Milton atingiu Siesta Key, no Condado de Sarasota. O fenômeno chegou à costa acompanhado de ventos máximos estimados em 193 km/h, conforme relatório da agência. "Os moradores devem continuar se abrigando e vigilantes", escreveu a Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida, nas redes sociais.
Centros de evacuação em Sarasota estão lotados. Quase 10 mil pessoas e 1.700 animais de estimação estavam em abrigos na cidade, que tem 57 mil habitantes. Esse seria o maior número já registrado durante uma evacuação, disseram autoridades de gerenciamento de emergência à rede de TV NBC News.
Furacão Milton surgiu na costa mexicana e chegou à Flórida na noite desta quarta (9). O fenômeno se intensificou rapidamente entre segunda (7) e terça-feira (8), com rajadas de vento ultrapassando os 280 km/h, mas desacelerou ao se aproximar do continente. Para ser considerado furacão, são necessárias algumas características específicas, como a origem tropical e a velocidade dos ventos superior a 119 km/h (ou 75 mph).
Moradores foram alertados para se prepararem para o pior dos furacões nos últimos tempos. O prefeito da cidade de Bradentown, Gene Brown, pediu para aqueles que decidiram ficar escrevam seus nomes nos braços. Isso seria necessário para que as pessoas sejam identificadas no caso de morte em decorrência da passagem do furacão.
Vai ser poderoso. Então, por favor, tomem as precauções adequadas. Ele [furacão Milton] tem o potencial de causar muitos danos.
Governador da Flórida, Ron DeSantis
Milton causou estragos em outros lugares antes de chegar aos EUA. Ele provocou inundações, apagões, falhas nas redes de telefonia celular e o transbordamento de rios em Yucatán (México), e alagamentos e corte de energia em Havana (Cuba). Nenhum dos dois países, no entanto, esteve na rota do furacão.
Histórico de furacões nos EUA
Pelo menos 301 furacões passaram pelos Estados Unidos entre 1851 e 2022. A Flórida somou 120 tempestades neste período e o Texas, 63. Depois, surgem os estados da Louisiana (63), Carolina do Norte (58), Carolina do Sul (32), Alabama (23) e Georgia (21). Ao todo, 19 estados norte-americanos já foram afetados por algum tipo de furacão.
Flórida e Texas são afetados por 61,1% de todos os furacões. A explicação está na proximidade com o Golfo do México e Caribe, onde o clima e as águas do mar permanecem quentes, além de ventos favoráveis, que criam o cenário perfeito para tempestades furiosas.
EUA ainda não se recuperaram do furacão Helene, visto no mês passado. Ele se tornou o mais mortal desde Katrina. Foram mais de 200 mortes, segundo balanço divulgado por autoridades. Houve mortes em pelo menos seis estados por onde a tempestade avançou.
Lista de países na rota de tufões e furacões
Os Estados Unidos constam como uma das nações mais afetadas por furacões. México, Cuba, Bahamas, Filipinas, Japão e Taiwan também aparecem em relatórios da NOAA e outras agências de monitoramento climático, como o NHC (Centro Nacional de Furacões, em inglês) e o Centro de Previsão de Tufões.
Furacão e tufão são nomes diferentes, mas o fenômeno é o mesmo. Isso está relacionado à localização do surgimento do evento: toda tempestade tropical superior à velocidade de 119 km/h que surge no Oceano Atlântico é chamada de furacão, e no Oceano Pacífico, de tufão.