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Eleição nos EUA: extrema direita usa Telegram para incitar 'luta', diz NYT

Do UOL, em São Paulo

05/11/2024 09h44Atualizada em 05/11/2024 09h44

Grupos de apoio ao republicano Donald Trump usam o Telegram para organizar "vigilantes de urnas", incentivando a presença nos locais de votação e incitando a violência em caso de derrota.

O que aconteceu

"Ou você resiste, ou se ajoelha e aceita a tirania e a opressão", diz uma das publicações. O levantamento das mensagens foi feito pelo jornal The New York Times, que publicou partes do conteúdo trocado nos grupos na segunda-feira (4).

Cerca de 50 canais com mais de 500 mil participantes e mais de um milhão de mensagens foram analisados pelo jornal. Quase todos eles foram criados após a derrota do republicano nas urnas em 2020. Na ocasião, grupos radicais não reconheceram a derrota de Trump e invadiram o Capitólio dos Estados Unidos.

Grupos focados em estados-pêndulo estão entre os que espalham desinformação. Segundo o NYT, há registro de recrutamentos online de "vigilantes de urna" nos estados da Georgia, Carolina do Norte, Michigan e em Wisconsin.

No Novo México, apoiadores de Trump foram orientados a gravar as áreas de votação, chamar a polícia se desconfiarem de algo e "lutar" se necessário. Na Pensilvânia, estado que decidiu a eleição a favor de Joe Biden em 2020, grupos ofereceram compensação financeira para quem pudesse trabalhar como "monitor eleitoral" em locais de votação.

Entre as informações falsas divulgadas nos grupos estão as de que os republicanos recebem canetas incompatíveis com máquinas de apuração para votar. Grupos também afirmam que houve "fraude clara" nas eleições de 2020, notícia falsa que já foi desmentida por autoridades.

Aplicativo fala que "não tolera conteúdo que incentiva quebra dos processos democráticos legais pela violência". Ao NYT, o Telegram afirmou que "coopera com as autoridades para remover conteúdos criminosos".

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