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EUA reconhecem opositor de Maduro como 'presidente eleito' da Venezuela

Opositor de Maduro na Venezuela, Edmundo González Urrutia, em foto de 31 de maio de 2024 Imagem: Gabriela Oraa/AFP

Do UOL*, em São Paulo

19/11/2024 18h56Atualizada em 19/11/2024 20h09

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, classificou nesta terça-feira (19) o opositor Edmundo González Urrutia como o "presidente eleito" da Venezuela. Após a declaração, o chanceler da Venezuela tachou de "ridículo" o reconhecimento dos EUA.

O que aconteceu

"O povo venezuelano se manifestou de forma contundente em 28 de julho" e transformou "Edmundo González em presidente eleito", afirmou Blinken na rede social X. A manifestação ocorre quase quatro meses após Nicolás Maduro ter sido proclamado vencedor em meio a acusações de fraude.

"A democracia exige respeito à vontade dos eleitores", escreveu. O atual presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, não reconheceu a reeleição de Maduro, e até o momento não reconheceu expressamente Edmundo, embora tenha dito que o opositor venceu as eleições.

A postagem de Blinken foi compartilhada por Edmundo na rede social. O venezuelano "agradeceu profundamente o reconhecimento da vontade soberana de todos os venezuelanos". Ele se declara "presidente eleito" desde que denunciou uma fraude nas eleições de 28 de julho.

Segundo Edmundo, a manifestação dos EUA "honra o desejo de mudança do povo" venezuelano e o "feito cívico realizado no dia 28 de julho".

Manifestação ocorre pouco tempo antes do fim da gestão Biden. O republicano Donald Trump, que venceu o pleito, foi um aliado da oposição venezuelana em seu primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos, quando manteve sanções econômicas contra a Venezuela e reconheceu como presidente interino do país o opositor Juan Guaidó, para tentar forçar a saída de Maduro.

As relações entre Venezuela e Estados Unidos foram rompidas em 2019, no primeiro mandato de Trump. As sanções impostas pelo republicano foram relaxadas no governo de seu sucessor, Joe Biden.

Venezuela tacha de 'ridículo' reconhecimento dos EUA

O chanceler da Venezuela, Yván Gil Pinto, divulgou um ditado popular para rebater a declaração de Blinken. "O único lugar e onde você não volta é do ridículo", escreveu o chanceler, acusando o secretário de Estado americano de ser um "inimigo confesso da Venezuela". A manifestação foi publicada no Telegram oficial do chanceler.

Yván acusou os EUA de apoiarem um "Guaidó 2.0" que tem a ajuda de "facistas e terroristas subordinados à maltratada política estadunidense". A fala, sem apresentar provas, se referiu ao reconhecimento por Washington em 2019 do opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino após a primeira e questionada reeleição de Maduro, em 2018.

Venezuela ainda deu "dicas" ao governo Biden nos "últimos dias" de gestão antes da posse de Donald Trump. "Deveriam se dedicar a refletir sobre seus fracassos, livrando-se dos complexos imperiais e coloniais e indo escrever as memórias de como a Revolução Bolivariana o fez morder a poeira da derrota, assim como seus antecessores.

Nunca falha o plano literário de mais um Secretário de Estado, que afundou, com seus fantoches, tentando reverter a democracia venezuelana.
Yván Gil Pinto, chanceler da Venezuela

(Com AFP)

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