Ucrânia ataca com com mísseis de longo alcance; Rússia sobe tom de ameaça
A Ucrânia lançou mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos contra uma instalação militar na Rússia, no primeiro ataque do tipo desde que Kiev recebeu autorização de Washington para o uso dos armamentos, de acordo com agências de notícias estatais russas.
O que aconteceu
Rússia emitiu comunicado militar sobre os ataques, segundo imprensa estatal do país. Conforme o documento divulgado por Moscou, às 3h25 desta terça (21h15 de segunda-feira no horário de Brasília), "o inimigo atacou uma área na região de Bryansk com seis mísseis balísticos".
Foram utilizados "mísseis táticos ATACMS de fabricação norte-americana", segundo divulgado por agências de notícias russas e ucranianas. Kiev ainda não confirmou o uso do armamento, mas afirmou ter realizado um ataque nesta terça contra um arsenal russo perto da cidade de Karachev, a 110 quilômetros da fronteira.
Ação ocorreu contra o 67º Arsenal da Grau (Diretoria Principal de Mísseis e Artilharia, na sigla russa) em Karatchev, a cerca de 150 km da fronteira ucraniana. Segundo relatos de observadores militares ouvidos pela Folha de S.Paulo, destroços e talvez um dos mísseis atingiram o arsenal, causando múltiplas explosões captadas em vídeos de moradores.
Ministério da Defesa russo disse que não houve danos e não há vítimas relatadas, segundo apuração da Folha. Apenas um incêndio teria sido causado pelos destroços do míssil danificado em voo que foi debelado, segundo o órgão. Até aqui, ataques mais distantes na Rússia eram comuns com drones de fabricação ucraniana, e usualmente visavam refinarias e bases aéreas.
Presidente ucraniano pressionava Washington para permitir o uso do ATACMS para atacar alvos dentro do território russo. A sigla em inglês faz referência ao Sistema de Mísseis Táticos do Exército, com armamentos de alcance máximo de 300 km, que permitiriam à Ucrânia atingir infraestruturas logística do Exército russo e os aeroportos de onde decolam os aviões que atuam nos bombardeios.
Ameaça russa de ataque nuclear
Ataque com mísseis ocorreu antes de o Kremlin divulgar decreto que altera doutrina nuclear russa. O documento atualizado permite que a Rússia considere um ataque nuclear se o país, ou seu aliado Belarus, enfrente uma agressão "com o uso de armas convencionais que crie uma ameaça crítica à sua soberania e (ou) à sua integridade territorial".
Um dia após EUA permitir uso de armamentos, autoridade russa afirmou que decisão de Washington escalaria conflito. O presidente do comitê de defesa da câmara baixa do Parlamento russo, Andrei Kartapolov, afirmou na segunda-feira (18) que decisão do governo de Joe Biden é "sem precedentes e muito importante para dar início à Terceira Guerra Mundial".
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