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Netanyahu chama Tribunal de Haia de 'antissemita' após mandado de prisão

Do UOL*, em São Paulo e Colunista do UOL, em Nova York

21/11/2024 13h18Atualizada em 21/11/2024 14h15

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou nesta quinta-feira (21) o TPI (Tribunal Penal Internacional) de ser "antissemita" depois que um mandado de prisão foi emitido contra ele por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

O que aconteceu

Em nota, o premiê chamou o Tribunal de ''organismo político, parcial e discriminatório''. Além de Netanyahu, um dos chefes do Hamas, Mohamed Deif, também foi alvo de um mandado de prisão, bem como Yoav Gallant, ex-ministro da Defesa de Israel.

''Decisão antissemita'', declarou. Ele ainda comparou o atual julgamento com o de Dreyfus. ''Terminará da mesma forma'', afirmou. O dirigente refere-se ao caso do capitão judeu Alfred Dreyfus, condenado por traição no final do século XIX na França e que depois foi absolvido e reabilitado.

Já o presidente israelense Isaac Herzog disse que ''este é um dia escuro para a Justiça e para a humanidade. Em publicação nas redes sociais, ele declarou que a decisão do TPI é ''ultrajante e tomada de má-fé''. ''A decisão escolheu o lado do terror e do mal'', continuou.

Mandados contra Israel e Hamas

O governo da Holanda, a sede do TPl, afirmou que está preparado para cumprir as ordens caso Netanyahu ou os outros dois acusados entrem em território holandês. Trata-se do primeiro caso concreto de uma ação legal contra um aliado do governo americano desde que a corte foi criada há pouco mais de 20 anos.

Nem americanos, russos ou chineses reconhecem a jurisdição do Tribunal. Israel tampouco aceita. Mas dúvidas persistem sobre o que ocorreria se Netanyahu viajasse para um país membro da corte e que teria a obrigação de cumprir o mandado de prisão.

Eles são acusados de causar "exterminação, usar a fome como método de guerra e de impedir a ajuda humanitária". Segundo o procurador-geral da corte, Karin Khan, os crimes contra a humanidade acusados foram cometidos como parte de um "ataque generalizado e sistemático contra a população civil palestina segundo a política do Estado". "Esses crimes, em nossa avaliação, continuam até hoje", disse.

* Com informações da AFP

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