Parceiros ou parentes matam uma mulher a cada 10 minutos no mundo

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Pelo menos 85 mil mulheres foram assassinadas no mundo em 2023, segundo números publicados nesta segunda-feira pela ONU. 60% delas foram mortas pelo parceiro ou por parentes - o equivalente a 140 por dia, ou uma a cada 10 minutos.

"O lar continua sendo o lugar mais perigoso para as mulheres", afirma o relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e da ONU Mulheres.

Nas Américas e na Europa, a maioria dos feminicídios é cometida pelos parceiros. No restante do mundo, os crimes são praticados majoritariamente por outros membros da família. De acordo com o estudo, nas regiões onde foi possível estabelecer uma tendência houve uma estabilidade ou leve queda dos feminicídios desde 2010

Esquerda volta ao poder no Uruguai

O candidato da Frente Ampla de esquerda, Yamandú Orsi, derrotou o governista Álvaro Delgado e será o próximo presidente do Uruguai. Pupilo do ex-presidente Pepe Mujica, Orsi obteve 49,8% dos votos no segundo turno disputado nesse domingo. Delgado, apoiado pelo presidente de centro-direita Lacalle Pou, teve 45,9%.

A esquerda volta ao poder após cinco anos, apesar da boa avaliação de Lacalle Pou, que não pôde concorrer, pois no Uruguai a reeleição para um segundo mandato consecutivo não é permitida.

"Essa é uma boa notícia para o Mercosul. Se ele seguir os passos do Mujica, pode diminuir um pouquinho as tensões dentro do bloco", disse a professora de Relações Internacionais da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Flávia Loss Araújo.

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Trump quer a OEA

Donald Trump quer usar a OEA (Organização dos Estados Americanos) como instrumento de pressão contra as esquerdas no continente e articula apoio a uma nova direção alinhada à sua visão ultraconservadora. A informação é do colunista do UOL Jamil Chade.

Nos últimos dias, o presidente eleito dos Estados Unidos recebeu em sua residência em Mar a Lago (Flórida) o chanceler do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, com o objetivo de fortalecer sua candidatura a sucessor de Luis Almagro, que deixa o comando da OEA no final de março. "Deve ser um dos primeiros testes da diplomacia do republicano na região." Leia mais.

COP29: Acordo "pouco ambicioso"

Cerca de 200 países reunidos na COP29 aprovaram na madrugada de sábado um acordo que prevê o aporte de US$ 300 bilhões por ano dos países ricos nos países em desenvolvimento até 2035 para o combate às mudanças climáticas.

O valor é o triplo dos US$ 100 bilhões anuais de contribuição em vigor, mas bem abaixo da demanda dos países mais pobres de US$ 1,3 trilhão por ano - valor que especialistas consideram mais próximo do necessário.

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Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que "esperava um resultado mais ambicioso - tanto no financiamento quanto na mitigação - para fazer frente ao grande desafio que enfrentamos".

Extrema-direita avança na Romênia

O candidato de extrema-direita Calin Georgescu obteve uma vitória surpresa na eleição presidencial romena nesse domingo. Georgescu defende uma reaproximação do país com a Rússia e um afastamento da União Europeia, não tem partido e baseou sua campanha no uso maciço do TikTok.

Ele disputará o segundo turno com a até então pouco conhecida Elena Lasconi, de centro-direita. O primeiro-ministro pró-Europa, Marcel Ciolacu, favorito durante boa parte da disputa, chegou em terceiro.

Escalada no Líbano

O Hezbollah disparou cerca de 250 projéteis contra Israel nesse domingo, um dos maiores ataques do grupo xiita desde a escalada do conflito há pouco mais de um ano. Segundo Israel, seis pessoas foram feridas e não houve vítimas fatais.

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A ofensiva foi realizada um dia após bombardeios israelenses terem deixado mais de 25 mortos no centro de Beirute e outros 30 em regiões do leste e do sul do Líbano, no final de uma semana em que Israel intensificou os ataques à capital libanesa.

O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, disse que os ataques "são uma mensagem maldita de rejeição dos esforços por um cessar-fogo". Nesta segunda-feira houve mais bombardeios ao sul da capital.

Prédio destruído no sul de Beirute por ataque israelense nessa noite
Prédio destruído no sul de Beirute por ataque israelense nessa noite Imagem: Ibrahim Amro/AFP