Perito analisa colisão aérea nos EUA: 'Piloto pode ter se confundido'
O piloto do helicóptero militar que se chocou com um avião da American Airlines em pleno voo em Washington pode ter se confundido com as instruções recebidas da torre de controle de tráfego aéreo e causado o acidente, disse Daniel Kalazans, perito aeronáutico e forense e ex-controlador de tráfego aéreo, em entrevista ao UOL News nesta quinta (30).
John A. Donnelly, chefe do departamento de bombeiros de Washington D.C., afirmou que as autoridades não acreditam haver sobreviventes. O avião transportava 64 pessoas, enquanto três soldados ocupavam o helicóptero do Exército. Até o momento, 28 corpos foram resgatados. O presidente dos EUA, Donald Trump, questionou os erros e culpou a tripulação do helicóptero militar e os controladores de tráfego aéreo pelo acidente.
Quando foi informado para se separar da aeronave que estava pousando, é possível que ele [o piloto do helicóptero] tenha se confundido com uma outra aeronave. Havia outras evoluindo e pode ser que ele tenha perdido a consciência situacional. Ou seja: não estava ciente da situação pela qual estava passando.
O piloto em consciência situacional sabe tudo o que está acontecendo ao seu redor. Ele está em uma determinada região e vê, por exemplo, um avião pousando e outro decolando. Ele tem ciência e consciência de tudo o que está acontecendo. Como ele bateu no avião, alguma coisa estranha deve ter acontecido. Daniel Kalazans, perito aeronáutico e forense
Para Kalazans, as investigações sobre o acidente devem se atentar para a forma como o controle de tráfego aéreo transmitiu ao piloto do helicóptero as informações das condições do céu naquele momento. Segundo o perito, um dado passado de maneira pouco clara pode ter contribuído para o acidente.
A pergunta é: ele estava ciente da aeronave que estava pousando, do tamanho e do deslocamento dela? A aeronave que ele estava vendo era realmente aquela que estava pousando? Tenho para mim que ele não estava ciente.
Em relação ao conhecimento daquela aeronave, ele perdeu a consciência. Estava voando, mas não estava ciente de tudo o que estava acontecendo ali naquele momento. Ele não a viu e bateu.
É preciso enfatizar isso: o controlador aéreo precisa passar a informação para que o piloto alcance a consciência situacional. É preciso ver se essa informação foi passada assertivamente. Caso ela se resuma a isso que foi passado, não dá a consciência situacional ao piloto. Daniel Kalazans, perito aeronáutico e forense
Sakamoto: Acidente aéreo nos EUA passa imagem de vulnerabilidade ao mundo
A colisão no ar entre um avião comercial da American Airlines e um helicóptero do Exército dos EUA em Washington transmite ao mundo um sinal de incompetência e de vulnerabilidade do país, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto.
O acidente na capital dos EUA passa a imagem de incompetência para o mundo. Por isso Donald Trump reage de forma muito rápida, tentando terceirizar a culpa e deixando claro que foi um acidente de responsabilidade humana.
É redundante o que ele fala, mas o fato de vir a público e se adiantar às investigações é para tentar proteger a própria imagem do governo e dos EUA nesse sentido. Um acidente desse porte no aeroporto da capital dos EUA passa ao mundo a imagem de um país mambembe.
Independentemente do que apontar a investigação, a menos que ela conclua se tratar de um 'ato terrorista' por parte dos militares ou de alguém envolvido, o acidente passa uma imagem de vulnerabilidade, mais do que incompetência, para o mundo inteiro. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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