Zoo de BH tem primeira gorila grávida da América do Sul, diz prefeitura
Representantes do zoológico de Belo Horizonte confirmaram nesta semana que Lou Lou, fêmea da subespécie Gorilla gorilla gorilla, está grávida. De acordo com a Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte, seria a primeira gestação da espécie em cativeiro observada na América do Sul. A gorila tem 9 anos de idade e veio da Fundação Aspinall (Inglaterra) em outubro do ano passado.
A gravidez de Lou Lou foi constatada quando tratadores e biólogos da seção de mamíferos do zoológico observaram comportamento incomum na gorila. Segundo o médico veterinário e diretor do jardim zoológico da capital mineira Carlyle Mendes Coelho, ela ficou mais quieta e sonolenta. Apesar de se alimentar bem, rejeitou alimentos que normalmente apreciava, como sucos e verduras, e teve alterações na regularidade do ciclo estral (cio).
Teste de gravidez de gente
Segundo o zoológico, a gravidez foi confirmada por meio de um teste de gravidez convencional para mulheres humanas. "Nós estamos falando de primatas. Nós somos primatas também. Então o teste foi bastante adequado para a situação e bem claro quanto ao resultado", explicou bióloga Valéria Pereira. Segundo ela, as similaridades biológicas entre humanos e gorilas (Há 95 a 99% de coincidência genética entre as duas espécies) garantiriam o uso seguro desse tipo de teste. Valéria afirmou também que o teste foi usado apenas na fêmea Lou Lou, e não em outras espécies de primatas do zoo.
Uma alternativa para a detecção de gravidez seria aplicar exame de sangue. Mas, neste caso, seria necessário sedar o animal. "É normal fazer esse teste por ser o mais fácil. Não justificaria anestesiar um bicho daquele tamanho apenas para coletar sangue", afirmou a bióloga. Mesmo após a confirmação da gravidez, os técnicos do zoológico irão repetir o teste para fins de monitoramento e continuarão observando o comportamento da fêmea.
A gorila Lou Lou chegou à capital mineira na companhia Leon, um gorila macho com 14 anos de idade oriundo de um zoo da Espanha. A vinda do casal foi feita na tentativa de formar um grupo reprodutivo da espécie. Lou Lou e Leon se juntaram à fêmea Imbi, que estava sozinha desde março do ano passado, época em que perdeu a companheira Kifta. Kifta morreu por complicações decorrentes de edema pulmonar agudo e infecção intestinal.
A história de Amin
A reprodução em cativeiro é tentada há vários anos pelos administradores do zoo. Tudo começou em 1975, quando o gorila Idi Amin, de 2 anos de idade, partiu de um zoológico francês em direção a Belo Horizonte. Ele veio junto com sua primeira companheira, Dada. Mas Dada morreu três anos depois, por conta de uma otite (inflamação no ouvido). O segundo "amor" de Amin foi relâmpago: durou apenas 14 dias. A fêmea Cleópatra, que veio de um zoo paulista em 1984, morreu logo após ser acometida de diarreia e desidratação.
Em 2011, já no final da vida, Amin se deu um pouco melhor: teve duas companheiras ao mesmo tempo. As fêmeas Imbi e Kifta vieram da Inglaterra e formaram um grupo reprodutivo com ele. Só que o gorila, uma das principais atrações do zoológico de Belo Horizonte, sofria de insuficiência renal crônica associada a artrite degenerativa. Depois de viver quase três décadas sozinho no recinto criado para os gorilas, ele morreu de parada cardiorrespiratória em 2012. E não deixou descendentes.
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