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Bolsonaro: Merkel e Macron não têm autoridade para discutir meio ambiente

Bolsonaro e Macron se encontram durante cúpula do G20 - Frederico Mellado / ARG
Bolsonaro e Macron se encontram durante cúpula do G20 Imagem: Frederico Mellado / ARG

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

04/07/2019 10h21

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a criticar o posicionamento de Alemanha e França sobre a questão ambiental. Após atritos no encontro do G20, o presidente disse na manhã de hoje em encontro com a bancada ruralista que a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emanuel Macron, não têm autoridade para discutir a questão ambiental com o Brasil.

"Convidei ele [Macron] e a Angela Merkel a sobrevoar a Amazônia, se encontrasse num espaço entre Boa Vista e Manaus, 1 km quadrado de desmatamento, eu concordaria com eles. Agora o mesmo, como sobrevoei a Europa por duas vezes, eu também lhes disse que não encontrei 1 km quadrado de floresta naquela região. Então eles não têm autoridade para vir discutir essa questão para conosco", disse o presidente, que foi aplaudido pelos participantes.

O impasse com a França surgiu no G20, em Osaka (Japão), quando Macron afirmou que não assinaria nenhum acordo comercial com o país, caso o Brasil saísse do acordo climático de Paris - o qual define metas para conter o aquecimento global no mundo.

O café da manhã aconteceu no Palácio do Planalto com representantes da bancada ruralista teve presença de ministros como Tereza Cristina (Meio Ambiente) e dos líderes do governo do Congresso.

"Nós fomos sim, ao longo de décadas, com a conivência de chefes de Estado, tendo sido feito com que o Brasil tivesse um péssimo conceito sobre meio ambiente lá fora", afirmou Bolsonaro.

A declaração do presidente ocorre um dia após o ministro da Meio Ambiente, Ricardo Salles, ter admitido que o Fundo Amazônia, que recebe financiamentos dos governos da Alemanha e da Noruega, pode acabar.

Salles aponta que há má gestão dos recursos, por parte de ONGs. O fundo é o maior projeto de cooperação internacional para preservar a mata. Em dez anos foram recebidos US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões).