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Presidente da Argentina pede "renovação" da arquitetura financeira mundial

22/04/2021 19h05

Buenos Aires, 22 abr (EFE).- O presidente da Argentina, Alberto Fernández, pediu nesta quinta-feira uma "renovação da arquitetura financeira internacional", ao participar da Cúpula do Clima organizada pelos Estados Unidos e da qual participam 40 líderes internacionais.

Fernández pediu a mobilização de recursos concessionais e não reembolsáveis, canalizados através de bancos multilaterais e bilaterais, com processos ágeis e transparentes.

Ele também pediu "pagamentos por serviços ecossistêmicos e permutas de dívidas por ações climáticas".

O político repetiu a posição da Argentina sobre uma nova alocação de direitos de saque especiais para países de renda média para melhorar o meio ambiente e pediu uma reconfiguração das análises realizadas pelas agências de classificação de risco "para não distorcer a realidade de nossos países".

O presidente argentino chamou a "atenção para o fenômeno do superendividamento irresponsável" causado antes da pandemia e agravado por ela, e pediu "maior flexibilidade em termos, taxas e condições".

Fernández, que tomou posse em 2019, precisa refinanciar uma dívida de cerca de US$ 45 bilhões da Argentina com o Fundo Monetário Internacional, assumida em 2018.

AMBIÇÃO CLIMÁTICA.

O presidente da Argentina comemorou que os Estados Unidos tenham assumido esta "agenda essencial para o futuro da humanidade". Além disso, ressaltou que o clima e a ação ambiental estão no "coração das convicções" do país sul-americano.

Fernández enfatizou que a Argentina vai honrar o Acordo de Paris "ao aumentar a ambição climática".

Para este fim, ele disse que seu governo vai elaborar um plano a ser apresentado na próxima cúpula climática da COP26, que será realizada em Glasgow (Escócia) em novembro.

A Argentina está empenhada em aumentar a contribuição determinada nacionalmente, como parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em 27,7% em relação a 2016, dois pontos percentuais acima da meta apresentada em 2020.

O país também se compromete a desenvolver 30% da matriz energética com energias renováveis, projetando medidas de eficiência para a indústria, transporte e construção, promovendo tecnologias de ponta para reduzir as emissões de metano e promovendo um complexo de produção de hidrogênio como um novo vetor energético.