Fonplata incentiva projetos sustentáveis em municípios brasileiros
O convite foi feito durante o primeiro dia de reuniões do Fórum de Prefeitos: Cidades Sustentáveis, organizado em Brasília pelo Fonplata e pelo Instrumento de Investimentos na América Latina (LAIF), com o apoio do Banco Europeu de Investimento (BEI) e da Agência Francesa de Desenvolvimento.
"Os projetos prioritários serão aqueles relacionados a mudança climática, sustentabilidade, meio ambiente e, em geral, ao desenvolvimento urbano com uma abordagem sustentável e enfoque de gênero", disse a presidente interina do Fonplata, a brasileira Luciana Botafogo.
Ela acrescentou que o Fonplata também quer dar prioridade aos municípios que incentivam a liderança feminina no planejamento urbano.
Em sua apresentação aos prefeitos brasileiros, Botafogo explicou que o Fonplata financia pequenos projetos em municípios dos cinco países em que atua, com créditos entre US$ 50 milhões e US$ 60 milhões.
A titular da instituição acrescentou que o Fonplata já tem em sua carteira no Brasil cerca de 12 municípios, mas que há uma grande demanda por parte das cidades que ainda querem recursos do banco regional.
O banco destacou o sucesso de projetos desenvolvidos no Brasil como "Itajaí 2040 - Moderna e Sustentável", que recebeu US$ 62 milhões; o programa integrado de desenvolvimento, transporte e mobilidade urbana de Corumbá (US$ 40 milhões) e outro semelhante na cidade de Criciúma (US$ 17 milhões).
Ainda de acordo com Botafogo, o importante é que os prefeitos planejem muito bem seus projetos de acordo com o retorno e com os pagamentos a serem realizados por um período de entre 10 e 15 anos, já que estão atrelados a dívidas em dólares.
A brasileira também ressaltou que o Fonplata conta com equipes para ajudar os municípios no planejamento de seus projetos e para acompanhar sua execução.
"Acompanhamos os projetos desde o momento em que os municípios os projetam e depois durante a implementação, para garantir que o prazo de implementação esteja correto, o que nos permite identificar problemas potenciais e apresentar soluções", explicou.
Para Botafogo, os municípios deveriam, idealmente, aproveitar as linhas de crédito existentes para garantir um desembolso rápido e, após a execução do primeiro projeto, voltar a solicitar novos créditos.
EMPRÉSTIMOS SUBSIDIADOS PARA PROJETOS DE GÊNERO
"Em nossa última reunião de diretores há 15 dias, aprovamos uma linha de crédito específica para gênero e juventude, que permite que os projetos apresentados que promovem a empregabilidade de mulheres e de jovens tenham créditos subsidiados, com taxas de juros mais baixas", contou a executiva.
A secretária para Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do Ministério do Planejamento do Brasil, Renata Amaral, que também participou do fórum nesta quarta-feira, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também decidiu dar prioridade a projetos municipais voltados a sustentabilidade, gênero, diversidade e inclusão.
"O gênero é agora uma diretriz prioritária para o nosso ministério", disse Amaral, que também é a governadora do Fonplata no Brasil.
Ela destacou que o governo brasileiro está trabalhando no desenvolvimento de uma plataforma única onde os municípios poderão acessar informações sobre oportunidades de financiamento externo para seus projetos, incluindo os recursos oferecidos pelo Fonplata.
"A agenda de sustentabilidade e gênero é agora transversal em todas as políticas públicas". Tudo o que tem a ver com assistência técnica ou financiamento internacional inclui estes dois critérios", frisou.
Por sua vez, o embaixador da União Europeia (UE) no Brasil, Ignacio Ybáñez, lembrou a importância do apoio dos bancos europeus e das agências de desenvolvimento ao Fonplata.
"As questões climáticas e da mulher continuarão a ser uma prioridade na agenda de cooperação da UE com o Brasil", afirmou.
Ybáñez também disse que o Banco Europeu de Investimento tem uma carteira de US$ 3 bilhões para projetos de desenvolvimento sustentável na América Latina, dando prioridade a áreas como fontes renováveis de energia e transporte sustentável porque quer ser "um parceiro no processo de transição". EFE
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