Me joga na parede: como as lagartixas andam pelo teto sem cair?
![Lagartixas: a Física explica como esses bichinhos escalam paredes - Reprodução/Tinypic](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/62/2019/06/27/lagartixa-1561658940180_v2_900x506.jpg)
As lagartixas existem há milhões de anos, mas foi só em 1960 que os cientistas finalmente descobriram como esses pequenos répteis conseguem desafiar a gravidade e andar pelas paredes sem cair.
Por muito tempo, acreditou-se que essa habilidade estava relacionada à existência de pequenas ventosas nas patas da lagartixa que as "colavam" na parede. Esses répteis, porém, também caminham por superfícies onde as ventosas não teriam aderência, como locais molhados ou muito lisos.
Pelos nas patas
Em 1960, um cientista alemão chamado Uwe Hiller sugeriu que essa habilidade estava relacionada a um tipo de força de atração e repulsão entre as moléculas da pata da lagartixa e as da parede. Essa força é conhecida na física como força intermolecular de Van der Waals.
As lagartixas possuem milhões de pequenos pelos, chamados de setae, nas patas. É uma espécie de cerda queratinosa minúscula, com uma terminação pontiaguda microscópica. Ao dar um passo, há um deslocamento de elétrons entre os átomos da pata da lagartixa e os átomos da superfície da parede. Isso gera a força de atração intermolecular que a mantém grudada na vertical.
A explicação dada por Hiller em 1960 só foi comprovada 40 anos depois, quando uma equipe de cientistas provou sua tese.
Rabo solto
Outra curiosidade sobre as lagartixas é que elas podem se livrar de parte da cauda em situações de perigo. Neste processo, chamado de autotomia, o rabo continua se movimentando involuntariamente, chamando a atenção do predador, enquanto a lagartixa foge.
Existem pontos predeterminados de quebra da cauda, que tem capacidade de se regenerar em até três semanas. A única diferença é que ela não terá mais vértebras em seu interior, mas cartilagem.
Fontes: Marcelo Fernandes, paleontólogo da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), e Renato Gregorin, professor do departamento de Biologia da UFLA (Universidade Federal de Lavras).
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