Como é a Argolândia, continente perdido e achado após 155 milhões de anos
Colaboração para o UOL
21/11/2023 04h00
Cientistas da Universidade de Utrecht, na Holanda, afirmam ter encontrado a Argolândia —um continente formado há 155 milhões de anos e que desapareceu. Entenda a descoberta em quatro pontos:
1 - O que é a Argolândia
A Argolândia era um imenso pedaço de terra com 5.000 quilômetros de extensão. Os cientistas sabiam que o continente existia mas, até então, não conseguiam decifrar para onde ele tinha ido.
O continente se separou do oeste da Austrália. Naquela época, o que hoje se entende por Austrália fazia parte do supercontinente de Gonduana, que também incluía a América do Sul, a África, a Índia e a Antártida.
Fósseis, cadeias de montanhas e rochas indicavam a existência da Argolândia. Outro vestígio é a Planície Abissal de Argo, uma enorme bacia que fica nas profundezas do oceano na região oeste da Austrália.
2 - Onde o continente está
O continente acabou se fragmentando após a separação da Austrália, segundo geólogos holandeses.
Os pedaços tiveram destinos diferentes. Uma parte afundou e está em placas oceânicas sob o sudeste da Ásia. Indonésia e Mianmar também têm fragmentos.
3 - Como os cientistas localizaram os pedaços
Modelos de computador foram usados pelos cientistas para desvendar o paradeiro do continente. A pesquisa durou sete anos.
Nós estávamos lidando com ilhas de informação e, por isso, a pesquisa demorou tanto tempo. Passamos sete anos tentando montar esse quebra-cabeças. (...) O fato de a Argolândia ter se dividido em diferentes pedaços obstruiu a nossa visão sobre a jornada feita pelo continente.
Eldert Advokaat, um dos cientistas
Os pesquisadores defendem que o continente seja chamado de Argopélago, diante da descoberta de que a Argolândia se separou em vários pedaços.
4 - O que falta descobrir
Os pesquisadores também querem entender a chamada "linha Wallace". Essa divisão é uma espécie de barreira invisível que separa a fauna do sudeste asiático da encontrada na Austrália.
Os animais separados pela linha são muito diferentes e não se misturam. A oeste estão mamíferos placentários, como macacos, tigres e elefantes; a leste encontram-se marsupiais, como o canguru, e cacatuas. A partir das descobertas sobre a Argolândia, os cientistas querem compreender processos de evolução da biodiversidade e do clima no planeta.