Por que aumento de 'só' 2ºC na temperatura global pode ser catastrófico
Colaboração para o UOL*
23/11/2023 04h00
A temperatura média do mundo ficou 2,07 ºC acima da média da era pré-industrial (1850 - 1900) na semana passada. O valor é maior do que o estabelecido no Acordo de Paris, de 1,5 ºC. Entenda por que um aumento que parece pequeno pode ser catastrófico para o planeta:
O que acontece com a temperatura mais alta
O aumento da temperatura mundial deve causar catástrofes climáticas. Ondas de calor violentas, superfuracões e derretimento de calotas polares estão entre as consequências.
Como evitamos? É preciso que haja uma redução drástica da emissão de gases do efeito estufa.
Se tudo continuar como está, o planeta terá média de temperatura 2,9 ºC mais alta até 2100. Com isso, algumas regiões ficarão inabitáveis, segundo a ONU.
Um aquecimento médio superior a 1,5 ºC aumentaria em 370% o número de mortes pelo calor até 2050. É o que diz um estudo publicado na revista "The Lancet".
Incêndios, enchentes e pandemias. O calor eleva o risco de incêndios florestais e a propagação de doenças tropicais no mundo todo. Além disso, chuvas extremas e inundações se tornarão mais frequentes.
O que é o Acordo de Paris
O documento entrou em vigor em 2016. Ele estabeleceu a meta de que o aumento da temperatura média global não ultrapasse 1,5 ºC.
O valor se refere a uma média de temperatura ao longo de três décadas. Por isso, se em algum dia o aumento ficar acima de 2 ºC, isso não significa que o acordo está sendo desrespeitado.
O problema é que o mundo está cada vez mais longe desse objetivo. É o que dizem estudos divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Ano mais quente da história
Recordes de calor devem fazer de 2023 o ano mais quente da história. Até agora, o mundo teve temperatura 1,43ºC acima da registrada na era pré-industrial.
As temperaturas de 2023 podem não ter precedentes na história da humanidade. A observação de anéis de árvores ou núcleos de gelo sugere que os números podem ser os maiores em mais de 100 mil anos.
*Com informações da Deutsche Welle.