Estado de SP terá risco máximo para incêndios nos próximos dias; veja mapas
Giovanna Arruda
Colaboração para o UOL
28/08/2024 13h29
Após a melhora nos focos de incêndio que devastaram parte do estado de São Paulo, a região pode voltar a sofrer com queimadas nos próximos dias. Segundo a Defesa Civil, o risco de emergência tomará quase todo o estado no próximo domingo (1).
Previsão indica alerta máximo
Projeção da Defesa Civil indica progressão do risco de incêndio. A partir dessa quarta-feira (28), o risco de queimadas deve aumentar gradativamente em São Paulo e atingir o pico no próximo domingo (1), quando praticamente todo o estado estará na zona de emergência.
Escala de cores indica tamanho do risco. Na imagem acima, o amarelo representa risco baixo para incêndio; o laranja, alto; o vermelho, alerta; e o roxo, emergência.
Norte do Estado deve ser a região mais atingida. Cidades como Barretos e Ribeirão Preto já estão dentro da zona de emergência, segundo a projeção. Com o avanço da zona mais extrema, a emergência atinge Franca, Araçatuba e Presidente Prudente. Nesses municípios, o alerta máximo deve permanecer até a próxima segunda-feira (2).
Baixada Santista terá menor risco. De acordo com a previsão, o litoral do estado não deve ser enquadrado no risco de emergência. No entanto, no domingo o risco de incêndio na região é considerado alto.
Condições climáticas influenciam no risco indicado. Determinante para a diminuição dos focos de incêndio no último final de semana, a chuva não deve voltar para a região nos próximos dias. Fatores como a umidade do ar e temperatura também influenciam no início e na propagação de queimadas. Na capital, os termômetros devem indicar elevação gradual na temperatura ao longo da semana, chegando aos 30ºC no domingo, de acordo com a Climatempo.
Fumaça pode voltar a tomar o céu de São Paulo. Segundo previsão da Climatempo, é possível que a fuligem das queimadas volte a escurecer o céu de cidades paulistas, prejudicando a visibilidade e a qualidade do ar na região, de acordo com a atuação dos ventos.
Recordes em São Paulo e no Brasil
Programa Queimadas registrou 53.976 focos de incêndio no Brasil até a última terça-feira (27). De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o número de focos de queimadas no país em agosto de 2024 já é o maior para o mês desde 2010.
Ainda segundo o Inpe, o estado de São Paulo tem o maior índice de queimadas em agosto desde o início da série histórica, em 1998. Foram registrados 3.496 focos de incêndio para o mês neste ano, superando o recorde de 2010 (2.444).
O que aconteceu
Incêndios vêm assolando diferentes regiões do Brasil desde a última semana. Além de São Paulo, milhares de focos de calor foram registrados na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal. Somente na última sexta-feira (23), 4.928 focos foram verificados em todo o país.
Ventos espalharam fogo e fumaça. Com a chegada de uma frente fria ao estado de São Paulo no último sábado (24), o vento forte espalhou incêndios, gerou tempestades de poeira e carregou a fumaça para mais cidades. O céu encoberto pela fuligem foi registrado em diversos municípios brasileiros.
Parte das queimadas foi causada de forma intencional. A Polícia Federal abriu dezenas de investigações para apurar as causas de incêndios e prendeu suspeitos de terem iniciado queimadas propositalmente em São Paulo e em Goiás.
Prejuízos na produção agrícola devem ser sentidos no preço final de produtos. Os incêndios em plantações de cana de açúcar, por exemplo, devem impactar diretamente o preço do etanol e do próprio açúcar. Segundo a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil, os produtores do ramo devem ter um prejuízo de cerca de R$ 350 milhões por conta das queimadas recentes.