O STF reagiu às provocações de Elon Musk: colocou o magnata no inquérito das milícias digitais e se manifestou, por meio de seu presidente, Luís Roberto Barroso. As motivações do dono do X não são claras e possivelmente unem algum interesse empresarial com um projeto político. Sobre a dimensão comercial, Leonardo Sakamoto diz que "Musk não ameaçaria sair do Brasil se X fosse rentável como Google e Meta". Sobre política, já vimos a agitação bolsonarista em torno do bilionário, uma figura de expressão mundial cada vez mais identificada com a extrema direita e que desfralda a bandeira da liberdade sem limites num mundo que talvez tenha de conviver com Trump presidente mais uma vez. Talvez não seja um passeio. Em participação no UOL News, o professor da USP Pablo Ortellado atenta para a possível repercussão internacional da bravata: "Desobedecer a uma ordem judicial no Brasil vai levantar a suspeita de que a empresa X não é um ator que obedece ordem judicial pelo mundo, vai levantar o sinal amarelo em várias jurisdições importantes onde o X atua. As autoridades regulatórias europeias vão ficar de cabelo em pé, vão aumentar o escrutínio". Reinaldo Azevedo também alerta que as consequências da decisão de Alexandre de Moraes de incluir o X no inquérito pode trazer problemas para representantes legais da empresa no Brasil. E, em outro texto, resume o que vê como o objetivo das big techs: ser governo. Josias de Souza, que define o jogo pesado entre Musk e o STF como um "balé de elefantes", lamenta que a República tenha de reagir às pressas enquanto enrola com o dever de casa: "Incapaz de produzir consensos, o Congresso mantém no gavetão dos assuntos pendentes o Projeto de Lei das Fake News. E o Supremo retarda o julgamento de quatro ações que poderiam impor limites éticos e legais às big techs". |