Topo

OPINIÃO

Não são sequestradores, são 'meninos que erraram'

Madeleine Lacsko

Colunista do UOL

20/06/2022 20h02

Na Live UOL desta segunda-feira (20), comentei a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que revelou detalhes das conversas para "libertar" os sequestradores do empresário Abílio Diniz, em 1998. Na época, eles estavam presos havia 10 anos e haviam começado uma greve de fome.

A interferência de Lula já era conhecida. Mas os detalhes da história ainda eram inéditos. Jamais o petista havia se referido aos sequestradores antes como "meninos que fizeram uma bobagem". Eles foram tratados como crianças que cometeram uma travessura.

Além disso, o conceito de democracia de Lula é um tanto questionável. Ele próprio relatou ter dito ao então presidente Fernando Henrique Cardoso que, se libertasse os sequestradores, passaria para a história como um democrata. Eles foram extraditados.

Ao dizer absurdos, Lula parecer testar sua militância, tentando saber se o eleitor continua com ele até o fim, independentemente do que seja dito ou feito. A fala num evento de campanha em Maceió (AL) mostra julgamentos morais distorcidos.

Não é ilegal tratar sequestradores como crianças nem dizer que democracia é libertar criminoso condenado. Lula sabe disso. Também sabe que pode ser considerado imoral.

Na edição da Live UOL de hoje falamos também sobre o ataque de Jair Bolsonaro à declaração de Lula e sobre o pedido de demissão do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, após pressão do governo e críticas aos reajustes de preços do diesel e da gasolina. Ao lado de Felipe Moura Brasil, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.