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Veja "bombas" reveladas pela delação de Sérgio Machado

Do UOL, em Brasília

15/06/2016 19h14

A delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado foi divulgada nesta quarta-feira (15) pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ex-senador do PSDB e do PMDB, Machado citou políticos de diversos partidos em sua delação, em especial alguns dos principais líderes do PMDB, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL); o senador Romero Jucá (RR); o ex-presidente José Sarney (AP) e o presidente interino, Michel Temer (PMDB). Veja as principais "bombas" reveladas pela delação de Sérgio Machado. 

Veja 9 "bombas" da delação de Sérgio Machado

  • Temer pediu propina para Chalita: "Pro Michel, eu dei", diz Machado

    Machado afirma que o presidente interino Michel Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB, atual PDT) à Prefeitura de São Paulo, em 2012. O pagamento teria sido feito por meio de doação oficial à campanha de Chalita da empresa Queiroz Galvão. Mas, segundo Machado, o contexto da conversa com Temer deixava claro que a origem dos recursos era ilegal. Diz trecho do documento: "Que o contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita". O valor acertado, segundo Machado, foi de R$ 1,5 milhão. O delator também afirmou que foi a esse episódio que ele se referia quando pronunciou a frase "Pro Michel, eu dei" durante a conversa com o ex-presidente José Sarney (PMDB). O diálogo com Sarney foi um dos áudios gravados por Machado em encontros com importantes lideranças do PMDB. Temer nega irregularidades. Leia mais

  • Alan Marques/Folhapress

    Políticos tentaram montar operação para obstruir a Operação Lava Jato

    Sérgio Machado afirma que começou a planejar a gravação de conversas com políticos após uma operação de busca e apreensão em sua casa, em dezembro de 2015. Machado gravou conversas que manteve com integrantes da cúpula do PMDB, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Romero Jucá (RR) e o ex-presidente José Sarney (AP). De acordo com seu depoimento, "ficou claro [...] que havia muitos políticos de diversos partidos procurando construir um amplo acordo que limitasse a ação da Operação Lava Jato". Foi com base nessas conversas e em outros elementos da delação de Machado que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão preventiva de Renan, Jucá e Sarney. O pedido foi negado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki na última terça-feira (14). Leia mais

  • Renato Mello/Transpetro

    Propina é de 3% no nível federal e de até 30% no municipal, diz Machado

    Com longa atuação no mundo político e empresarial, Machado afirma em sua delação que tradicionalmente existia um patamar para cobrança de propina em contratos com o governo que, ultimamente, segundo o delator, começou a ser ultrapassado. Machado afirma que era comum o estabelecimento de 3% para o valor da propina no nível federal, de 5% a 10% no nível estadual e de 10% a 30% no nível municipal. "Em todos os níveis de governos, as pessoas saíram desse padrão e foram além, envolvendo a estrutura das empresas estatais e dos órgãos públicos, o que antes não acontecia; que o depoente não deixou a Transpetro sair do modelo tradicional", diz um trecho do acordo de colaboração judicial. Leia mais

  • Delator diz que ministro do Turismo recebeu R$ 1,55 milhão em propina

    Machado disse em sua delação premiada que o atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), recebeu R$ 1,5 milhão em doações oficiais fruto de propina paga por empresas que mantinham contratos com a estatal. Machado disse que "sempre ajudou" Henrique Alves "por meio de doações oficiais cuja origem eram vantagens indevidas pagas pelas empresas contratadas pela Transpetro". Machado disse ainda que, dos R$ 100 milhões repassados ao PMDB durante sua gestão na estatal, "R$ 1,55 milhão foram repassados ao deputado Henrique Alves" por meio de doações feitas pelas empreiteiras Queiroz Galvão (R$ 1,050 milhão) e Galvão Engenharia (R$ 500 mil). As doações teriam sido feitas no período que vai de R$ 2010 a 2014. Questionado sobre as declarações de Machado, o ministro disse, por meio de sua assessoria, que "repudia a irresponsabilidade e leviandade das declarações do senhor Sérgio Machado". Leia mais

  • Beto Barata/Folhapress

    Machado diz que relator da CPI da Petrobras recebeu dinheiro de propina

    Sérgio Machado afirma que o relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), recebeu R$ 400 mil em doações oficiais fruto de propina em contratos de empresas com a Transpetro para as campanhas eleitorais de 2014. Segundo Machado, em época de eleição, Luiz Sérgio o procurava pessoalmente na Transpetro e pedia apoio. "Eu estudava, examinava e os chamava na Transpetro para lhes dizer de onde viria a doação", afirmou Machado em sua delação referindo-se a Luiz Sérgio e à deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Procurado pela reportagem do UOL, Luiz Sérgio admitiu ter mantido encontros com Sérgio Machado antes das eleições de 2014, mas negou ter pedido dinheiro ao delator. "Conversei com Sérgio Machado sobre eleições. Falei a ele que a situação estava muito difícil e que pessoas que costumavam contribuir, não estavam contribuindo. Ele disse: "Vou ver se posso ajudar", afirmou o deputado. Questionado se pediu dinheiro a Machado, Luiz Sérgio negou. "Tivemos conversas sobre as eleições, mas nunca tive este nível de relação com ele", afirmou o deputado. Luiz Sérgio também disse não saber que a origem do dinheiro recebido em doações da Queiroz Galvão era fruto de propina. "Eu não sabia. Sua boa-fé fica evidenciada quando você recebe recursos, emites o bônus eleitoral e declara isso à justiça eleitoral", afirmou o parlamentar. A CPI da Petrobras na Câmara foi criada em março de 2015 e foi finalizada em outubro do mesmo ano. O relatório final da comissão foi duramente criticado por partidos como o PSDB e o PSOL por supostamente "blindar" parlamentares suspeitos de terem se beneficiado do esquema investigado pela Operação Lava Jato. Leia mais

  • Propina bancou campanha de Aécio para presidente da Câmara em 1998

    O ex-presidente da Transpetro afirma em seu acordo de colaboração que o PSDB aceitou "dinheiro ilícito" de empresas para financiar a campanha de 50 candidatos a deputado federal, na eleição de 1998, com o objetivo de ampliar sua bancada para poder eleger o então deputado Aécio Neves (PSDB-MG) como presidente da Câmara. Segundo Machado, parte dos recursos vieram da campanha para a Presidência da República de Fernando Henrique Cardoso. Naquele ano, Sérgio Machado era senador pelo PSDB e líder do partido no Senado. Posteriormente, Machado migrou para o PMDB. Aécio já é investigado em dois inquéritos abertos a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). O senador mineiro nega participação em irregularidades. Leia mais

  • Gustavo Lima / Câmara dos Deputados

    Propinas foram repassadas a mais de 20 políticos de diversos partidos

    Em seu acordo de colaboração, Machado também relata ter intermediado propinas a mais de 20 políticos de importantes partidos, como PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PSB. O PMDB, responsável pela indicação de Machado à Transpetro, recebeu R$ 100 milhões, segundo os depoimentos. Machado diz ainda que os políticos o procuravam pedindo doações e, em seguida, ele solicitava os repasses a empresas que tinham contratos com a Transpetro. O delator afirmou ainda que, embora nas conversas com os políticos não fosse mencionado o termo "propina", os políticos sabiam que as empresas seriam a origem dos recursos. Leia mais

  • Elza Fiuza - 7.jun.2016/Agência Brasil

    Planilha indica repasse de propina a ministro do Meio Ambiente

    Uma planilha produzida por Sérgio Machado e entregue à Procuradoria-Geral da República em seu acordo de delação premiada sugere que o filho do ex-presidente da República José Sarney, Sarney Filho (PV), atual ministro do Meio Ambiente, teria recebido R$ 400 mil de propina por meio de doações oficiais na campanha de 2010. Naquele ano Sarney Filho foi candidato a deputado federal pelo PV do Maranhão. Em seu acordo de delação Machado não cita Sarney Filho, mas o nome do ministro aparece na planilha. O valor faria parte do total de repasses feitos ao ex-presidente José Sarney. Leia mais

  • Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Ida de Lobão para ministério iniciou "mesada" a caciques do PMDB

    Em sua delação, Machado afirmou que a posse do senador Edison Lobão (PMDB-MA) no Ministério de Minas e Energia em 2008 iniciou um esquema de pagamento de "mesadas" para a cúpula do PMDB. Entre os beneficiários, segundo Machado, estavam o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Romero Jucá (RR), o próprio Lobão e o ex-presidente e ex-senador José Sarney (MA). Machado diz que, durante sua gestão na Transpetro, políticos do PMDB receberam pouco mais de R$ 100 milhões em propinas. "Em fevereiro de 2008 o senador Edison Lobão assumiu o Ministério de Minas e Energia e tiveram início os pagamentos mensais para a cúpula do PMDB [...] isso passou a ser possível porque a Transpetro passou a ter mais capacidade de investimento, gerando mais contratos e, consequentemente, permitindo [...] arrecadar mais propinas", diz um dos termos de depoimento de Machado. "Durante a minha gestão na Transpetro foram repassados ao PMDB, ao que me recordo, pouco mais de R$ 100 milhões de reais, cuja origem eram comissões pagas ilicitamente por empresas contratadas", afirmou Machado. Entre as empresas que teriam "patrocinado" o esquema, segundo Machado, estão as empreiteiras como a Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, NM Engenharia, UTC e Skanska Engenharia. Leia mais