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PMDB autoriza renúncia de Fogaça para disputa ao governo gaúcho; prefeito sai dia 30

Flávio Ilha<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Porto Alegre

16/03/2010 10h41

O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), recebeu na noite desta segunda-feira (15) carta branca do Diretório Municipal do partido para renunciar ao mandato e concorrer ao governo do Rio Grande do Sul em outubro. Fogaça deve deixar o cargo no dia 30 de março. O vice-prefeito José Fortunati (PDT) assume o cargo.

O aval foi dado depois que a reunião do PMDB municipal exigiu do PDT uma definição oficial sobre a aliança com o partido para a disputa pelo governo do Estado. Além dos quase três anos de mandato que ainda restam na prefeitura, os trabalhistas também obtiveram a vaga de vice-governador na chapa do PMDB. O deputado Pompeu de Mattos será o candidato.

Em reunião à tarde, prefeitos pedetistas que eram contrários à aliança com o PMDB foram convencidos pelo presidente estadual do partido, Romildo Bolzan Jr., a acatarem a decisão. “Sabemos que a unanimidade é difícil. O que estamos buscando é a unidade em torno de um projeto comum”, disse Bolzan.

Diversos prefeitos pedetistas não escondem a preferência pelo candidato petista ao governo gaúcho, ex-ministro Tarso Genro, e pela candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República. Outros também gostariam de ver uma candidatura própria ao Piratini. Mas Bolzan soterrou as pretensões do grupo. “A decisão está tomada”, sintetizou.

A Executiva Estadual do partido, segundo ele, definiu que o partido anunciará oficialmente o apoio a Fogaça no próximo dia 25. O anúncio deverá ser realizado em uma reunião conjunta das direções estaduais dos dois partidos. “É uma boa data. Dá tranquilidade ao prefeito para lidar com as questões legais”, disse.

O presidente estadual do PMDB, senador Pedro Simon, confirmou o acordo. Pela legislação eleitoral, os ocupantes de cargos executivos, entre eles os prefeitos, devem renunciar a seus mandatos até 3 de abril para concorrer na eleição de outubro – seis meses antes do pleito.

Mesmo sem unanimidade, o PDT decidiu bancar o acordo para garantir os quase três anos que restam de mandato à frente da prefeitura. Fortunati já anunciou que vai reformular o governo e alterar a nominata de secretários. Ele vai acumular a função de secretário-extraordinário para a Copa do Mundo 2014 com a função de prefeito.

Na reunião do PMDB, o prefeito José Fogaça já discursou como candidato. Disse que, se for eleito, buscará a “pacificação” do Rio Grande do Sul. Além disso, insistiu para que o partido não aceite pressões de aliados para apoiar a candidatura de Dilma Rousseff à presidência.

“Não podemos aceitar interferências nas questões nacionais”, disse o prefeito, que defendeu a candidatura do governador Roberto Requião para a Presidência da República.