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Emparedado por Dilma, PDT quer mais candidatos próprios em 2012

De Maurício Savarese

Do UOL Notícias<Br>Em Brasília

25/03/2011 13h33

O PDT realizou nesta sexta-feira (25), em Brasília, sua 5ª Convenção Nacional para renovar os mandatos de seus dirigentes, incluindo o presidente licenciado e ministro do Trabalho, Carlos Lupi. O partido, que teve atritos com o governo por conta da votação do salário mínimo, já tem membros sinalizando para a oposição e deseja aumentar o número de candidatos próprios nas eleições municipais de 2012.

Lupi esteve ameaçado no cargo por conta de dissidentes na Câmara, que votaram por um salário mínimo maior de R$ 545 neste ano, contrariando a vontade da presidente Dilma Rousseff. O ministro afirmou estar tranquilo na base aliada, mas adiantou que os pedetistas buscarão candidaturas próprias em cidades com mais de 200 mil habitantes no Sudeste e no Sul, em municípios acima de 50 mil moradores no Nordeste e em outras regiões menos populosas.

“2012 é o nosso ano da afirmação. Temos que abrir o partido, mas temos que nos engrandecer nessa base de apoio [à Dilma]”, disse o ministro aos convencionais, na sede do partido, em Brasília.

Na quinta (24), a presidente Dilma Rousseff fez a primeira reunião de seu conselho político, incluindo 17 siglas da base aliada. Em outros encontros menores, logo depois da votação do salário mínimo, o PDT ficou fora.

O presidente em exercício do PDT, Manoel Dias, afirmou que a legenda do partido continuará defendendo bandeiras históricas, ainda que o governo discorde. “Temos que ser a consciência critica dessa gestão. Apoiamos, mas não vamos abrir mão do que somos”, afirmou Dias.

Prestígio

Apontado como líder da revolta na Câmara contra o salário de R$545, o presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), ganhou abraços e afagos especiais de Lupi. “Esse homem é meu irmão, esse homem tem prestigio e nós estamos com ele”, disse o ministro.

O PDT também programou comemorações pelos 50 anos da iniciativa de seu fundador, Leonel Brizola (1922-2004), para barrar golpe militar durante o curto governo Jânio Quadros. Nas próximas semanas, o partido organizará atos em Porto Alegre, onde Brizola, quando governador do Estado, liderou uma iniciativa legalista para barrar os golpistas.