Aécio Neves diz ser 'escárnio' criação de nova secretaria pelo governo federal
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou duramente neste sábado (2) o que classificou de “inchaço da máquina pública” que, segundo ele, vem sendo praticado pelo governo federal e classificou de “escárnio’ a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, que terá status de ministério.
“O PT tem uma visão diferente da nossa. Nós achamos que um partido político deve estar a serviço de um país. O PT acha que é correto colocar o país a serviço de um partido político”, disse o tucano em alusão da possibilidade de o presidente do PT, José Eduardo Dutra, vir a assumir a vaga de senador de Antônio Carlos Valladares (PSB-CE); Dutra é suplente de Valladares.
“Essa notícia de que a presidente da República criará mais um ministério para acomodar um dirigente partidário que não foi eleito, que não teve votos para estar no Senado da República (...) é um escárnio para com a população brasileira”, disse o senador antes de entrar em reunião de governadores tucanos que ocorre em hotel de Belo Horizonte.
Segundo ele, as micro e pequenas empresas precisam de apoio, com a extensão do SIMPLES (imposto único das microempresas e de empresas de pequeno porte).
Críticas
“É muito mais eficaz do que criar uma burocracia nova com objetivo claro e explícito, e ninguém faz questão de esconder isso, de acomodar um suplente de senador que é um dirigente partidário, que ajudou na campanha (presidencial)”, afirmou o tucano.
Ele citou que a administração dos governadores tucanos é um “contraponto à ineficiência da máquina pública federal”.
Aécio Neves, porém, disse que a oposição não reeditará a “oposição pouco patriótica do PT”, mas salientou que “equívocos" do governo federal serão apontados.
Em relação à pesquisa CNI/Ibope, que ontem mostrou ser de 73% a aprovação da gestão da presidente Dilma Rousseff, Aécio Neves procurou atenuar o cenário.
“Não é decorrência de nenhuma ação do governo, mas em razão da altíssima popularidade do (ex-presidente) Lula. Ela (Dilma Rousseff) é herdeira não apenas dos votos mas herdeira também da popularidade do presidente”, alfinetou o tucano.
Ele ainda afirmou que a presidente não conseguiu enxugar a estrutura administrativa federal por conta de a “máquina do PT” não permitir isso.
“O PT quer o Estado inchado, um Estado para acomodar os companheiros. O aparelhamento da máquina pública, com a sua consequente desqualificação, tem de ser apontada”.
PSDB
O senador fez uma autocrítica em relação ao PSDB e afirmou que mudanças precisam ser feitas para que a legenda volte ao poder.
“Não temos demonstrado uma grande capacidade de comunicar e mostrar as diferenças entre as concepções de gestões públicas eficientes que nos temos, contra um estado inchado do governo federal”.
Aécio ainda defendeu a reeleição do deputado federal Sérgio Guerra para presidente nacional da legenda e afirmou que ele “é candidato de uma parcela importante do partido”.
“É um homem público de qualidade, que teve um papel muito importante na nossa caminhada da última eleição, como coordenador da campanha (presidencial) do nosso companheiro José Serra”, avaliou.
O tucano ainda voltou a defender a criação do conselho político no PSDB. O conselho seria formado por figuras ilustres da legenda, mas sem funções administrativas.
Nos bastidores, a criação desse conselho seria uma forma de atenuar a disputa pelo comando do partido. Tucanos ligados a José Serra o apoiam para a presidência da sigla, em detrimento de Sérgio Guerra, aliado de Aécio Neves.
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