Durval Barbosa cancela depoimento no Conselho de Ética da Câmara
Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, cancelou o depoimento que faria na quarta-feira (4), no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Ele seria ouvido como “colaborador” no processo de cassação por quebra de decoro contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF). A reunião estava prevista para as 14h.
No ofício encaminhado ao Conselho de Ética, os advogados Dante Teixeira Maciel Júnior e Margareth Maria de Almeida alegam que “informes indicam haver movimentação” na Câmara para constranger Durval durante o seu depoimento.
Deputada Jaqueline Roriz é investigada
por suposto recebimento de propina
Sem citar nomes, os advogados afirmam que fariam parte desse grupo deputados que tiveram seus nomes citados nos depoimentos que Barbosa deu na Polícia Federal e no Ministério Público, por conta das investigações da Operação Caixa de Pandora.
Barbosa fez uma série de gravações de pessoas ligadas ao governo e parlamentares da Assembleia Legislativa recebendo dinheiro em espécie entregues por ele, inclusive o então governador José Roberto Arruda, que foi obrigado a deixar o DEM também renunciou ao governo do DF.
A Operação Caixa de Pandora, da PF, apurou uma série de casos de corrupção no então governo, inclusive compra de votos de aliados. O episódio ficou conhecido como mensalão do DEM.
Segundo Dante Teixeira Júnior e Margareth Almeida, esses parlamentares estariam “insatisfeitos” com as investigações. Esses deputados, acrescentam os advogados no ofício, teriam como objetivo “constranger o colaborador [Durval Barbosa] visando, de forma oblíqua, a atingir o seio das diligências ainda em curso”.
No documento protocolado às 17h37 de ontem (28), eles argumentam ainda que o vídeo em que Jaqueline Roriz aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa “é autoexplicativo”. Foi a divulgação da filmagem pela imprensa que levou o conselho a abrir processo de cassação contra a deputada.
Os advogados ressaltam que as declarações feitas por Jaqueline Roriz, após a divulgação do material, não contestou “em nenhum momento” a conversa com Durval durante a gravação. Eles alegam que “os fatos incontroversos” tornam desnecessária a presença do cliente no Conselho de Ética.
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