Chega a 35 o número de presos envolvidos em esquema no Ministério do Turismo
A Polícia Federal confirmou na noite desta terça-feira (9) que chega a 35 o número de pessoas presas durante a Operação Voucher, que desmantelou um esquema de irregularidade no Ministério do Turismo.
A PF não informou quem são os dois novos presos, nem se eles são servidores da pasta. Mais cedo, outras 33 pessoas ligadas direta ou indiretamente ao ministério já tinham sido detidas --há, contudo, 38 mandados de prisão expedidos (19 de prisão preventiva e 19 de prisão temporária).
Entre os detidos estão o secretário-executivo e número dois na hierarquia da pasta, Frederico Silva da Costa, além do ex-presidente da Embratur, Mário Moysés, o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, e diretores e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) e empresários. Só do ministério, informa a PF, são seis presos.
O diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, afirmou nesta terça-feira (9) que o esquema de corrupção que envolvia o Ministério do Turismo e a associação sem fins lucrativos Ibrasi desviou cerca de R$ 3 milhões dos R$ 4,45 milhões destinados para um convênio firmado entre ambos com a finalidade de prestar serviços de capacitação aos servidores da pasta.
Veja a coletiva da Polícia Federal
O Ibrasi, conforme as investigações, não teria capacidade técnica para o trabalho.
“A estimativa é de que um terço [do valor do convênio] teria sido aplicado. O restante teria sido desviado, mas isso só vai ser comprovado após a análise que será feita”, afirmou Teixeira durante entrevista coletiva na sede da Polícia Federal em Brasília.
De acordo com o diretor, “existem provas robustas” de que servidores e empresários seriam os beneficiados pelo desvio dos recursos públicos. “O que a gente sabe é que o dinheiro chegou às mãos deles através deste esquema [que usaria empresas de fachada].”
A operação foi realizada nos Estados de São Paulo, Amapá e no Distrito Federal. Conforme a PF, os suspeitos utilizavam empresas de fachada para desviar recursos públicos destinados ao convênio firmado em 2009 entre o ministério e o Ibrasi para capacitação de cerca de 1.900 funcionários públicos.
As investigações corriam desde abril e devem prosseguir ainda por mais 15 a 30 dias. Na casa de um dos suspeitos, em São Paulo, também sede do Ibrasi, a polícia apreendeu R$ 610 mil em espécie.
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