Ex-ministro da Agricultura diz que teve "todo o apoio" de Dilma
O agora ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou nesta terça-feira (23) que teve “todo o apoio” da presidente Dilma Rousseff para continuar no cargo em meio à série de denúncias que atingiiu a pasta nas últimas semanas.
Nesta manhã, ele passou o cargo ao deputado federal Mendes Filho (PMDB-RS). “Não lhe faltou [a Dilma] em nenhum momento o apoio, o apreço e a generosidade”, disse.
“É raro que as pessoas capazes de tomar decisão o façam com tanta solidariedade, de maneira absolutamente humana, se colocando ao lado de quem está saindo”, afirmou Rossi.
O ex-ministro também agradeceu ao vice-presidente Michel Temer "pela amizade de 50 anos". Temer foi o fiador da manutenção de Rossi na pasta --ele já havia trabalhado na função no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
"Rossi deixa herança de êxitos", diz Dilma sobre ex-ministro da Agricultura
Investigações
Na semana passada, a Polícia Federal informou que estava investigando as denúncias de irregularidades na pasta, publicadas pela imprensa. Uma delas, do jornal “Correio Braziliense”, acusou Rossi de viajar em jatos de uma empresa que tem contratos com o governo. O Código de Ética Pública veta essa possibilidade. O agora ex-ministro admitiu a prática “por umas três, quatro vezes”.
O novo ministro tampouco indicou que seguirá na pasta uma “faxina”, nos moldes da que demitiu quase 30 funcionários do Ministério dos Transportes nas últimas semanas. Questionado se tratará do tema com a presidente, respondeu: “Eu vou é falar de agricultura”. Ele foi indicado para o cargo pelo vice-presidente, Michel Temer.
Queda do antecessor
Para a queda de Rossi, também contribuiu a denúncia da revista “Veja” sobre a ação livre de um lobista de empresas agropecuárias junto ao peemedebista, gerando suspeitas sobre processos licitatórios da pasta. Isso causou a saída de seu número dois, o secretário-executivo Milton Ortolan.
Rossi também foi envolvido nas denúncias na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Uma empresa teria conseguido uma suspeita restituição de quase R$ 100 milhões por conta de um imposto ligado à compra de leite em pó.
Em depoimentos a parlamentares, o então ministro chamou as informações de “denuncismo”. Rossi, entretanto, foi poupado de questionamentos mais duros, em grande parte por conta da base aliada do governo Dilma.
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