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Veja quais foram as respostas do governador do Distrito Federal à CPI do Cachoeira

Maurício Savarese

Do UOL, em Brasília

13/06/2012 21h01

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), depôs, nesta quarta-feira (13), por quase dez horas à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos. Veja abaixo as respostas de Queiroz sobre os principais questionamentos feitos pelos integrantes da comissão.

Relação com CachoeiraAo se defender, o governador disse: "Nunca recebi Cachoeira como governador, nem na transição, nem na campanha, nem no gabinete, nunca me ligou, nunca liguei para ele", afirmou Agnelo. "Não tínhamos relação. A organização aqui investigada tramou a minha derrubada. E não agiu sozinha. Valeu-se de plantar falsas acusações no noticiário."
Nomeações suspeitasAgnelo disse que Cachoeira "nunca indicou um gari sequer" para trabalhar em sua gestão. "Me diga o nome de uma só pessoa que tenha sido nomeada a pedido do senhor Cachoeira. Ninguém diz porque não tem".
Favorecimento à DeltaO governador afirmou que o único contrato com a empresa foi assinado para o setor de coleta de lixo, ainda em 2007, na gestão de José Roberto Arruda, e que acabou estendido na passagem de Rogério Rosso (PMDB) pelo Palácio do Buriti. "Eu preciso me explicar porque assinei renovação com a Delta antes de me tornar governador", disse. "Isso é uma mentira."
Ação de Cachoeira junto ao GDF"A trama existiu. Carlos Cachoeira contratou um intermediário para ter acesso ao setor de transportes. Mas o DFTrans não fez licitação nenhuma nesse período", disse o governador. "Se ele tivesse ligação com o governador, precisaria contratar lobista para chegar até a Secretaria de Transportes? Por favor."
Ex-chefe de gabinete"Ele me garantiu que isso não aconteceu, não recebeu nenhum repasse. Isso é um diálogo de terceiros. Não tem interceptação do Monteiro", disse Agnelo sobre Claudio Monteiro, suspeito de receber propina de Cachoeira para viabilizar nomeações no GDF. "Por causa dessa proximidade, o Monteiro resolveu se afastar do governo", acrescentou. O ex-chefe de gabinete do governador já foi convocado para depor na CPI.
Compra de imóvelAgnelo foi questionado sobre o valor atual de uma casa pela qual pagou R$ 400 mil e que ainda não teve comprovação de pagamento, segundo a Justiça. "Não sou corretor de imóveis", disse. Em 2007, depois de comprar o imóvel onde vive, Agnelo tornou-se diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e liberou o funcionamento de uma importadora cujo dono era o vendedor de sua residência. "A Anvisa já concluiu que não houve nenhuma irregularidade", afirmou. "Adquiri a casa antes de assumir a diretoria da Anvisa. A má-fé é tamanha. Como poderia supor que ia virar diretor da Anvisa dez meses depois e favorecer uma empresa?"
Evolução patrimonial"Não há um único reparo no meu imposto de renda. Não tenho um centavo de patrimônio a descoberto", disse Agnelo. "Eu e minha mulher temos um patrimônio até modesto para quem praticou medicina por 30 anos."