Em novo discurso, Demóstenes Torres ataca a polícia por suposta ilegalidade em grampos
Pela segunda vez nesta semana, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) subiu à tribuna do plenário da Casa para se defender das acusações de envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Hoje, Demóstenes atacou a atuação da Polícia Federal nas operações que investigaram o bicheiro e sua ligação com agentes públicos. O senador afirmou que as interceptações telefônicas foram feitas sem a autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), como determina a lei quando há envolvimento de pessoas com foro privilegiado, como é o caso do parlamentar.
O senador afirmou ainda que não foi permitido, no Conselho de Ética do Senado, que as gravações e transcrições feitas pela polícia fossem periciadas novamente. A defesa chegou a entregar um pedido para esta ação, mas ele foi rejeitado.
“Perícia não é uma modalidade de enrolação de defesa. (...) É uma ciência a serviço da Justiça”, disse o senador. “Para me investigar estão utilizando técnicas ilegais de tecnologia de ponta. Para me punir estão sendo usados métodos medievais”, argumentou.
Demóstenes voltou a afirmar que é inocente e que está sendo “usado”. O parlamentar ainda alertou os colegas e disse que eles poderão ser a “próxima vítima” de supostas armações, que seriam realizadas com apoio da polícia.
"Hoje, eu sou a bola da vez. Se a ‘tramoia’ der certo comigo e me imputar o mandato, pode se repetir com um outro senador. É preocupante o precedente de tentar cassar um senador com base em provas ilegais. Para completar, se negam a [fazer] perícias", afirmou.
“Se ao final se descobrir que o linchado era inocente não terá a menor repercussão, porque outro personagem do Senado estará na fogueira para o sacrifício”, completou.
O senador chegou a ler trechos do relatório de um perito que contratou para fazer uma análise do material disponível na CPI e informou que havia “robustos indícios de edições” nas falas entre o senador, comparsas e o próprio Carlinhos Cachoeira.
Com relação ao suposto frete de um avião no valor de R$ 3.000 que Cachoeira teria feito para o parlamentar, Demóstenes disse que “simplesmente fraudaram a transcrição”.
O senador prometeu ontem que se defenderia diariamente no plenário até o dia em que a cassação de seu mandato fosse votada, o que está previsto para a próxima quarta-feira (11).
Ontem, dos 81 senadores, apenas cinco estavam presentes e ouviram a defesa do parlamentar: Paulo Paim (PT-RS), Ana Amélia (PPS-RS), Aníbal Diniz (PT-AC), Pedro Taques (PDT-MT) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Hoje, apenas sete acompanharam o discurso: Lídice da Mata (PSB-BA), João Capiberibe (PSB-AP), Paulo Davim (PV-RN), Paulo Paim (PT-RS), Pedro Simon (PT-RS), Pedro Taques (PDT-MT) e Sérgio Petecão (PSD-RJ).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.