Coordenador de campanha de Iris Rezende (PMDB) é convocado à CPI do Cachoeira
Identificado como beneficiário do esquema de lavagem de dinheiro do grupo de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, segundo relatório da Polícia Federal, o auxiliar do ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), Sodino Vieira de Carvalho, terá que prestar esclarecimentos para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Goiás.
A convocação foi aprovada nesta terça (14) pelos deputados goianos, que também deliberaram pela quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico de Sodino, que foi coordenador da campanha de Iris Rezende ao governo de Goiás em 2010.
Sodino será intimado e a data do depoimento ainda não foi marcada. A convocação pretende esclarecer denúncia apresentada pela PF, que aponta que R$ 2 milhões teriam sido repassados pelo grupo de Cachoeira ao auxiliar de Iris Rezende, num esquema de lavagem de dinheiro.
Na articulação do grupo com Sodino, o dinheiro era transferido do exterior para o Brasil em conas em nome de empresas e pessoas da quadrilha. Segundo os dados da PF, os R$ 2 milhões foram depositados a pedido do ex-jogador de futebol e corretor Alex Antônio Trindade de Oliveira, amigo do assessor de Cachoeira, Gleyb Ferreira da Cruz.
O valor foi remetido no início deste ano num esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas coordenado por Gleyb. A polícia descobriu as transações ao analisar os e-mails em que Gleyb combinava os repasses. Há mensagens em que Alex Antônio indicou as contas de Sodino e de três filhos dele para que os depósitos fossem feitos.
Durante a sessão de hoje da CPI, que investiga possíveis ligações de autoridades goianas com a contravenção e ainda a atuação das empresas Delta e Gerplan no Estado de Goiás, o deputado Daniel Vilela, do PMDB, apresentou cópias de extratos bancários de três contas, relativos ao ano de 2010, enviados por Sodino. Ele também encaminhou cópia de contrato de compra e venda de imóvel de sua propriedade.
O presidente da CPI, o deputado Hélio de Sousa (DEM) inicialmente recusou o recebimento dos documentos por não serem confidenciais e nem oriundos de órgãos oficiais. Mas, após discussão, a solicitação foi acatada e os documentos foram recebidos apenas para constarem no banco de dados da CPI.
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