Após mais uma condenação, defesa de Marcos Valério diz que STF segue "viés" de relator
O advogado do publicitário Marcos Valério, Marcelo Leonardo, afirmou, na noite desta quinta-feira (13), que os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) estão seguindo o “viés condenatório” do relator, Joaquim Barbosa. Ele considera injusta a nova condenação de seu cliente, desta vez pelo crime de lavagem de dinheiro. Leonardo informou que ainda não conversou com Valério hoje.
“O julgamento no Supremo está considerando as provas de forma inadequada. Não ficou demonstrada a prática de lavagem de dinheiro. Em todos os saques, as pessoas foram identificadas, tinham rosto e carteira de identidade”, disse.
“Lamentavelmente, a Corte está seguindo o viés condenatório do relator [ministro Joaquim Barbosa] na medida em que se manifesta pela condenação dos réus.”
Segundo o advogado, o viés condenatório do relator fica demonstrado no voto dele pela condenação de Ayanna Tenório e Geiza Dias, embora diversos magistrados tenham votado pela absolvição de ambas.
Leonardo atribui esse viés ao “perfil” de Barbosa e descarta qualquer tendência política. O defensor de Marcos Valério afirma não ter expectativas sobre o julgamento e que irá aguardar a dosimetria das penas para avaliar que passos tomará.
Marcos Valério foi condenado ainda por peculato e corrupção ativa nas fatias anteriores do julgamento.
A reportagem do UOL tentou contato com os advogados de defesa dos ex-sócios de Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, da ex-funcionária da SMP&B Simone Vasconcellos e do advogado Rogério Tolentino, condenados por lavagem de dinheiro, mas sem sucesso. O defensor de Geiza Dias, absolvida da acusação, também não foi encontrado para comentar a decisão do STF.
O UOL também tentou contato com os advogados dos réus ligados ao Banco Rural, mas não obteve retornos.
Entenda o dia a dia do julgamento
Entenda o mensalão
O caso do mensalão, denunciado em 2005, foi o maior escândalo do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. O processo tem 38 réus --um deles, contudo, foi excluído do julgamento no STF, o que fez o número cair para 37-- e entre eles há membros da alta cúpula do PT, como o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil). No total, são acusados 14 políticos, entre ex-ministros, dirigentes de partido e antigos e atuais deputados federais.
O grupo é acusado de ter mantido um suposto esquema de desvio de verba pública e pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo Lula. O esquema seria operado pelo empresário Marcos Valério, que tinha contratos de publicidade com o governo federal e usaria suas empresas para desviar recursos dos cofres públicos. Segundo a Procuradoria, o Banco Rural alimentou o esquema com empréstimos fraudulentos.
O tribunal vai analisar acusações relacionadas a sete crimes diferentes: formação de quadrilha, lavagem ou ocultação de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, evasão de divisas e gestão fraudulenta.
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