Prefeito é cassado por contratar mototaxistas para levar eleitores a votar no interior da Bahia
O atual prefeito de Santana (BA) Marco Aurélio dos Santos (PP), e seu vice Wilson Neves de Almeida (PP), tiveram os mandatos cassados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) por compra de voto e abuso de poder econômico. A decisão foi informada nesta terça-feira (4) pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) da Bahia.
Para a Procuradoria Regional Eleitoral, que fez a denúncia contra a dupla, os dois pagaram mototaxistas para realização de transporte ilegal de eleitores. Além disso, eles teriam distribuído combustível para ganhar votos dos profissionais e seus familiares. A ilegalidade teria ocorrido na eleição de 2008.
Segundo o MPE, o prefeito e o vice (que foi eleito prefeito em outubro) tiveram os diplomas eleitorais cassados na última quinta-feira (29). Eles teriam, durante a campanha eleitoral de 2008, realizado a “distribuição de combustível e dinheiro para que cerca de cem mototaxistas e suas famílias votassem a seu favor.”
Ainda segundo a denúncia do MPE, os mototaxistas ainda teriam atuado como cabos eleitorais, realizando o transporte ilegal de eleitores até os locais de votação e cooptando votos para os dois candidatos.
A cassação não tem influência no mandato de prefeito de Santana conquistado por Almeida na eleição municipal deste ano.
Para conseguir a condenação de Marco Aurélio e Wilson Neves, o MPE apresentou fotografias onde aparecem vários motociclistas num posto de gasolina durante o período de campanha.
Uma gravação feita durante a reunião para contratação dos mototaxistas, transcrita pela Polícia Federal, também foi apresentada, apontando que cada mototaxista receberia R$ 100 pelo transporte de eleitores no sábado e domingo, véspera e dia das eleições.
Segundo o MPE, o TRE determinou que seja realizada uma eleição indireta no município. Até lá, o presidente da Câmara de Vereadores deverá assumir a chefia do executivo.
A reportagem do UOL tentou entrar em contato com a prefeitura de Santana, mas as ligações não foram atendidas na tarde desta terça-feira. No processo, prefeito e vice alegaram que a contratação de mototaxistas ocorreu para prestação de serviços de divulgação e apoio na campanha.
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